Você já viu ou algum dia colheu um abacate sem caroço? O fato é tão raro que chegou a ser tema de uma edição do Globo Rural, em junho de 2009. Na época, o destaque foi para o seu Antônio Resende, de Taguatinga, no Distrito Federal, que tinha uma planta na frente de casa que dava frutos sem semente.
Assim como o caso de Brasília, tão curioso que o Globo Rural foi até lá para ver esse tal abacate, surpreendente também são os frutos produzidos pelo abacateiro de seu Renato Ascenso dos Reis e de dona Alcina Reis dos Rios, casal de aposentados residente na Fazenda Redonda, próxima à comunidade Figuras, a 70 km da cidade de Alto Parnaíba, no extremo-sul do Maranhão.
Plantado em 1992, por meio de semente e não pelo processo de enxertia, é como se fosse um abacateiro comum, igualzinho a qualquer outro. Nasceu e se desenvolveu no quintal da casa, ao lado de laranjeiras, mangueiras e coqueiros. Desde que começou a produzir a árvore sempre deu frutos sem caroço.
Abacate pepino - O fruto é comprido e mais fino que o abacate habitual, que todos nós conhecemos, e até se parece com uma hortaliça. Apresentam 10 a 12 centímetros de comprimento por 3 a 4 cm de largura, com peso inferior a 100 gramas. Devido à ausência de cavidade interna e de semente, a polpa representa cerca de 90% do fruto, restando aproximadamente 10 por cento de casca.
Por causa do formato, o fruto pode até ser chamado de “abacate pepino”, conforme foi apelidado o exemplar de Taguatinga, que é análogo ao de Alto Parnaíba. O seu Renato e a dona Alcina nunca entenderam o “porque” dos abacates nascerem sem caroço, embora com a mesma palatabilidade e, provavelmente, com idêntica composição química.
Para o caso de Taguatinga, o pesquisador da Embrapa Cerrados, agrônomo Tadeu Gracioli, ajudou a esclarecer as dúvidas.
“O fenômeno de não formação de semente em fruto não é incomum. Esse fruto se desenvolve com o crescimento sem fecundação. Nesse caso, os abacates nascem sem caroço”, explicou.
Claro que o técnico se referiu única e exclusivamente ao fato de Taguatinga, mostrado no Globo Rural, que pode não ter nada a ver com a casualidade de Alto Parnaíba, apesar da semelhança. Quem sabe, a própria Embrapa possa explicar a causa desse genótipo de abacates sem sementes, encontrado no extremo-sul do Maranhão.
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