domingo, 11 de fevereiro de 2018

BR-235/PI: Inaugurada há pouco mais de um ano, rodovia já precisa de manutenção

Inaugurada há pouco mais de um ano, a BR-235/PI (Gilbués/Santa Filomena) já necessita de manutenção
As estradas brasileiras são ruins não só porque não têm conservação, mas também - e principalmente - pela baixa qualidade do material usado nas obras milionárias de implantação, pavimentação e recuperação. Apesar de a Lei de Licitações determinar tempo médio de vida útil de 10 (dez) anos, grande parte das rodovias volta a estar esburacada e a oferecer perigo antes disso.

Ou seja; o tempo de vida útil não é alcançado. E essa deterioração antecipada ocorre porque há projetos ruins, execução errada e material de baixa qualidade, quase sempre utilizado como se fosse de primeira. “E, o que é pior, as fraudes se multiplicam por falta de fiscalização”, afirma o professor da UnB, especialista em obras de pavimentação, Deckran Berberian.

Início (entroncamento com BR-135/PI) e final (Santa Filomena - Divisa PI/MA) do sub trecho da BR-235/PI
A BR-235/PI (Trecho Divisa PI/BA - Divisa PI/MA - Sub Trecho Gilbués/Santa Filomena) é uma rodovia ainda pouco movimentada, mas que possui um fluxo diário de veículos pesados. É imperativo que se proporcione condições para que o seu pavimento tenha uma durabilidade maior. E já são diversas as patologias encontradas na estrada, incompatíveis com a idade da obra.

Conforme imagens recentes, há fissuras e desgastes na pista, além de alguns trechos se tornando perigosos, com formação das famosas “panelas”, espalhadas pelos 130 quilômetros. O ponto mais crítico está à altura do km 29 (sentido Santa Filomena), entre as localidades Salina e Grotões. Lá, cerca de 20 metros de uma pista de rolamento está parcialmente destruída, obrigando os condutores a trafegarem pelo acostamento ou pela pista contrária, correndo sérios riscos, por ser em um local de ultrapassagem proibida.

O ponto mais crítico se localiza no km 29 (sentido Santa Filomena), entre as localidades Salina e Grotões
Padrão BR - A nomenclatura BR significa que a estrada Gilbués/Santa Filomena está de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação. Tem plataforma ou pista de rolamento igual a 7,0 metros de largura (mais larga do que as rodovias estaduais), com 2,5 metros de acostamento para cada sentido, mais 1,0 metro de sarjeta (cortes) e 40 centímetros de banquetas. Pela classificação técnica do DNIT, é uma rodovia considerada Classe I, com capacidade de suportar mais de 1.000 veículos por dia.

Várias patologias já são encontradas na via, como buracos ou "panelas", incompatíveis com a idade da obra
A BR-235/PI foi contemplada com drenagem, terraplanagem, pavimentação e obras de arte complementares, além da sinalização (horizontal e vertical).

O sub-trecho, com extensão total de 130,2 quilômetros, recebeu implantação e pavimentação asfáltica em TSD - Tratamento Superficial Duplo, cuja vida útil estimada do revestimento, após abertura ao tráfego, é de 6 a 10 anos.

A ordem de serviço, autorizando o início da estrada Gilbués/Santa Filomena, orçada inicialmente em R$ 102 milhões, com recursos do antigo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), assinada pelo então governador Wilson Martins, ocorreu dia 20 de janeiro de 2012, em Monte Alegre (PI).

A BR-235/PI está se deteriorando rapidamente, desde o Povoado Matas até a cidade de Santa Filomena
Mas, passados seis anos do início da obra e 13 meses da sua inauguração, os problemas começaram a surgir. E causa bastante estranheza o fato de a maior quantidade de buracos e ondulações, que podem causar graves acidentes, se concentrar exatamente nos últimos 40 quilômetros implantados e pavimentados, desde o Povoado Matas até a cidade de Santa Filomena.

GARANTIA QUINQUENAL - A obra foi entregue oficialmente em 09 de dezembro de 2016, há pouco mais de um ano, portanto, dentro do prazo de cinco anos, em que o construtor responde pela solidez e segurança da obra pelo prazo de 60 meses, nos termos do artigo 618 do Código Civil. O tal prazo de garantia equivale dizer que os defeitos que vierem a surgir na rodovia durante esse prazo de cinco anos devem ser reparados pela Construtora, que deve ser acionada dentro do prazo prescricional legal.

Além dos buracos (as temíveis bocas de pilão), surgem várias ondulações, aumentando o risco de acidentes 
Por fim, só nos resta esperar que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através da Superintendência Regional no Estado do Piauí, acione a construtora responsável pela obra o mais rápido possível.

Lamentavelmente, o DNIT acaba de informar que tem 55.000 km de estradas para administrar em todo o Brasil, mas só dispõe de R$ 3,9 bilhões para manutenção da malha viária, quando seriam necessários R$ 6 bilhões.

Todavia, o cidadão brasileiro que utiliza a BR-235/PI (Gilbués/Santa Filomena) não tem nada a ver com a incapacidade do Governo Federal, quando o assunto é cuidar das suas rodovias. Pedimos, pois, que as autoridades constituídas de Santa Filomena (Executivo e Legislativo) cobrem do DNIT o que é de direito, como determina o artigo 618 do Código Civil. Se não conseguirem, recorram aos políticos (Governador, Deputados, Senadores).

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Clima favorável no sul do Piauí deve aumentar rendimento médio da soja e do milho

Lavouras de SOJA e de MILHO na Serra da Fortaleza, distante cerca de 80 km da cidade de Santa Filomena


Agentes de pesquisa e mapeamento deverão elevar suas previsões para a safra 2017/2018 de soja no sul do Piauí, nos próximos dias; as preocupações climáticas diminuíram e as lavouras estão se desenvolvendo muito bem.

Na safra passada, de acordo com informações do IBGE, no município de Santa Filomena, extremo oeste piauiense, a produção de soja chegou a 170.021 toneladas, em 57.929 ha, com rendimento médio de 2.935 kg/ha.

Levantamento do IBGE indica que Santa Filomena (PI) deverá colher mais de 172 mil toneladas de Soja
Para a safra 2017/2018, levantamento realizado ainda em dezembro, pelos agentes Donadson Paraguassu de Sousa e Ígor Luan de Sousa Amorim, da agência do IBGE Corrente (PI), diz que os 56.155 hectares de soja em Santa Filomena deverão produzir 172 mil toneladas, com média de 3.069 kg/ha.

Já a safra de milho alcançou 63.287 toneladas, colhidas em 9.041 hectares, alcançando a produtividade média de apenas 7.000 quilos por hectare.

Agentes do IBGE Corrente/PI, Donadson Paraguassu e Ígor Luan, em reunião do STTR de Santa Filomena
Porém, a perspectiva para a atual safra é bem mais alvissareira. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produtividade média do milho chegará a 9.340 kg/ha, com acréscimo de 33,4% em relação à safra 2016/2017. Em razão disso, a produção final de Zea mays será de 64.800 toneladas, nos 6.940 hectares de áreas plantadas e espalhadas na Serra das Guaribas, na Serra do Ouro, na Serra do Riachão e na Serra da Fortaleza.

Regularidade Climática – Durante os últimos 90 dias (Novembro/2017, Dezembro/2017 e Janeiro/2018) as chuvas vêm ocorrendo de forma regular na região, mesmo não sendo em grandes volumes. No mês de janeiro choveu somente 166 milímetros na sede municipal, quando o normal seria na casa dos 230 milímetros. Aliás, dados coletados pelo EMATER-PI mostram que em janeiro de 2016 choveu 255 milímetros na cidade de Santa Filomena.

E que a produção de milho será de 64.800 toneladas, em 6.940 ha, com rendimento médio de 9.340 kg/ha


Felizmente, as chuvas foram bem distribuídas, com média de 5,3 milímetros por dia, volume ideal para as culturas da soja e do milho. Foram registrados 18 dias com chuva e só cinco dias seguidos sem precipitação (15 a 19).

Mas nas áreas altas (Serras), onde estão os verdes campos de soja e milho, o volume pluviométrico em janeiro foi bem superior ao verificado na zona urbana. Conforme o agricultor paranaense Fábio Michelan, proprietário da Fazenda Pequena Japurá, na Serra da Fortaleza, distante cerca de 80 quilômetros da cidade de Santa Filomena, choveu 221 milímetros. Lá, também, as chuvas foram bem distribuídas durante os 31 dias do mês.

A preocupação dos agricultores passa a ser outra: a precariedade do sistema de escoamento da produção !!!
E, ao contrário do que apontava a meteorologia no início do ano, está afastado o risco de veranico na primeira quinzena de fevereiro. Inclusive, a previsão é que vamos continuar tendo chuvas regulares durante os meses de fevereiro e março de 2018, mesmo que pouco abaixo da média histórica.

A preocupação dos agricultores, principalmente da Serra da Fortaleza, passa a ser agora com a precariedade do sistema de escoamento da produção. Certamente cogitam, e com motivos, pedir ajuda ao Governo do Piauí.