sexta-feira, 22 de junho de 2018

Moradores do Vale do Taquara vão ao MPF e denunciam atraso do ‘Luz Para Todos’


Sede regional do MPF/Procuradoria da República na cidade de Corrente, a 220 km de Santa Filomena (PI)
Cansados de esperar pelo LUZ PARA TODOS, há 15 anos prometido pelo Governo Federal, dezenas de moradores do Vale do Taquara, Almécegas e localidades adjacentes resolveram oferecer REPRESENTAÇÃO junto ao MPF (Ministério Público Federal), via Procuradoria da República em Corrente, pleiteando, em razão da demora, AÇÃO CIVIL PÚBLICA contra a Eletrobrás Distribuição Piauí, com base nos artigos 127, caput e 129, inciso III, da Constituição Federal, artigo 1º - inciso IV e artigo 5º - inciso I, da Lei nº 7.347/85, artigo 6º - VII - alíneas a e d da Lei Complementar nº 75/93.

O documento, subscrito por Celso Ferreira Mota e outros 80 (oitenta) proprietários rurais, foi entregue à PRM (Procuradoria da República em Corrente - PI), na manhã da última quarta-feira, 20 de junho de 2018.

Cópia da REPRESENTAÇÃO oferecida ao MPF/Procuradoria da República, contra a Eletrobrás Piauí
Com 34 páginas, a manifestação contra a Eletrobrás Piauí - protocolada no MPF/PRM - contém, além das assinaturas dos 81 representantes, relato dos fatos, infográficos, cópias de solicitação de inclusão no PLPT (Programa Luz Para Todos) e de duas postagens do BLOG DO JOSÉ BONIFÁCIO.

DOS FATOS - O Programa de Universalização de Acesso e Uso da Energia Elétrica, conhecido como LUZ PARA TODOS, foi criado pelo Decreto nº 4.873/2003. A meta seria propiciar, até 2010, o atendimento em energia elétrica à parcela da população do meio rural que ainda não tinha direito a esse serviço público, garantindo desenvolvimento e inclusão social.


Nos últimos oito anos, moradores até foram iludidos com levantamentos, mas a luz elétrica nunca chegou
O Decreto Presidencial nº 7.520/2011, alterado pelo Decreto nº 8.387/2014, prorrogou o período do ‘LUZ PARA TODOS’ até o ano de 2018. Já a Resolução Homologatória do resultado da Revisão do Plano de Universalização Rural da Eletrobrás Distribuição Piauí, publicada em 2015, previa os anos de universalização por município, colocando o ano de 2018 como prazo máximo para alcance no município de Santa Filomena.

É verdade que 2018 ainda não terminou. Mas chegamos à sua metade e até o momento as obras do Programa Luz Para Todos não chegaram em pelo menos 95% da zona rural de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí.

E as residências do Vale do Taquara e Almécegas continuam na mesma escuridão, sem nenhum conforto
Essa falta de eletrificação rural, especialmente no Vale do Rio Taquara e na região da Almécegas, acaba inviabilizando o acesso a direitos essenciais, como, por exemplo, o direito social a uma moradia adequada/digna.

“A falta de energia elétrica impede que políticas públicas sejam fixadas no meio rural, haja vista que serviços essenciais deixam de chegar, freando o desenvolvimento da região e de sua gente. Sem energia elétrica é impossível a fixação do homem no campo”, diz a advogada Flávia Danielle.

Cerâmica Mota teve que encerrar suas atividades, causando o desemprego de quase 20 chefes de família
TRANSTORNOS, PREJUÍZOS, DESEMPREGO - Um dos signatários da reclamação junto ao MPF, Celso Ferreira Mota, dono da Cerâmica Mota, localizada a 400 metros da BR-235/PI, a 8 quilômetros da zona urbana de Santa Filomena e a apenas 6 quilômetros das duas redes de alta tensão da Eletrobrás Piauí (linhas Gilbués/Santa Filomena, cada uma de 34,5 kV), se viu obrigado a encerrar as atividades da sua pequena empresa, que chegou a empregar 18 pessoas e ultimamente dava emprego para 8 famílias.

Segundo Celso Mota, o negócio se tornou inviável economicamente, em função do alto custo do óleo diesel, conforme é do conhecimento de todos. “Quando começamos, a gente gastava 140 reais por dia, para produzir quatro milheiros de tijolos. Hoje gastamos quase 500 reais. E o preço do milheiro de tijolos continua 400 reais, o mesmo valor de quando começamos, faz mais de 5 anos. Na verdade, eu estava pagando para trabalhar”, lamenta.

Celso Mota: "O óleo diesel está muito caro. Ficou inviável. Na verdade, eu estava pagando para trabalhar"
E conclui: “Se tivermos energia elétrica capaz de suprir a nossa demanda, claro que vamos ter condições de manter o preço de 400 reais. E ainda teremos como aumentar a produção em pelo menos 30 por cento”.

Assim como Celso Mota, outros proprietários da Fazenda Recreio investiram na criação de peixes, mas tiveram que parar com a atividade. Da mesma forma, dezenas de produtores do Vale do Rio Taquara, com terras férteis e água disponível, não conseguem trabalhar por falta de luz elétrica.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

DNIT convoca audiência pública para definir início das obras da BR-235 no Tocantins


Trecho "carroçável" da BR-235/TO, próximo da cidade de Pedro Afonso, em direção à Divisa TO/MA
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), autarquia vinculada ao Ministério dos Transportes, através da Superintendência Regional do Tocantins, está convocando entidades, instituições e o público em geral a participarem da AUDIÊNCIA PÚBLICA, dia 22 de junho, sexta-feira, às 15h00, no auditório da Prefeitura Municipal de Pedro Afonso - TO.

Aviso de Audiência Pública, assinado em 5 de junho de 2018, pelo superintendente regional do DNIT/TO
O Aviso de Audiência Pública foi assinado dia 05 de junho de 2018, por Eduardo Suassuna Nobrega, superintendente regional do DNIT/TO.

O objetivo será discutir e informar aos participantes sobre a contratação integrada do projeto básico/executivo e a execução das obras de implantação e pavimentação da BR-235/TO (Divisa TO/MA – Divisa TO/PA).

Solenidade de assinatura da Ordem de Serviço da BR-235/TO, pelo ministro Casemiro, em Pedro Afonso
Ordem de Serviço - No último dia 10 de maio, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casemiro, esteve no Tocantins, no município de Pedro Afonso, onde assinou a autorização para a contratação de obras de pavimentação da BR-235/TO, em um trecho de 69 quilômetros, partindo da Divisa TO/MA rumo a Pedro Afonso, até nas proximidades do município de Centenário. Lá, a BR-235 é conhecida como “Estrada da CBPO”.

BR-235/TO: Único trecho pavimentando, de 45 km, fica entre a BR-153 (Belém/Brasília) e Pedro Afonso
O ministro dos Transportes elencou os próximos passos para que as obras sejam iniciadas. "Esse ato autorizou a nossa superintendência do DNIT no Tocantins para fazer o processo licitatório de início de obras. O projeto já está pronto, e vamos colocar o edital na praça", assegurou Valter Casemiro.

A BR-235 é uma rodovia transversal brasileira que liga Aracaju, em Sergipe, ao Campo de Provas Brigadeiro Velloso, em Novo Progresso (PA). Ao longo do seu percurso, atravessa os estados de SE, BA, PE, PI, MA, TO e PA.

Ordem de Serviço do ministro autoriza implantação/pavimentação de 69 km, partindo da Divisa TO/MA
É uma das estradas mais complicadas do Brasil, pois não tem asfalto na maior parte da via, e ainda existem muitos trechos inexistentes. Basicamente só há asfalto em Sergipe, Bahia (Juazeiro/Remanso), Piauí (Gilbués/Santa Filomena) e 45 km no Tocantins, da BR-153 à cidade de Pedro Afonso.

No Maranhão, da cidade de Alto Parnaíba à Divisa MA/TO, ainda não há nenhum trecho construído da rodovia, apenas planejado. E no Pará, o único "sinal" existente é o pequeno subtrecho de 21 quilômetros, entre a travessia do rio Araguaia (via balsa) e a cidade de Santa Maria das Barreiras.

Os 370 km, entre a Divisa MA/PI e a BR-153 (Belém/Brasília), formará um grande Corredor Logístico
CORREDOR LOGÍSTICO – Quando concluídos os trechos do Maranhão e do Tocantins, a BR-235 vai se tornar um grande corredor logístico, tanto para o transporte de grãos quanto para o de passageiros. Irá permitir aos produtores de grãos do sudoeste do Piauí e do sul do Maranhão acesso à Ferrovia Norte-Sul e à BR-153 (Belém/Brasília), entre 350 e 370 quilômetros de distância, partindo de Alto Parnaíba/Santa Filomena (Divisa MA/PI).

“Também vai permitir aos produtores do Tocantins acesso aos mercados da região Nordeste, diminuindo distâncias e ligando aos cerrados do Maranhão, Piauí e Bahia. Quanto ao transporte de passageiros, serão criadas novas rotas de ônibus, interligando várias cidades do Nordeste a outros centros do Norte e Centro-Oeste. Ou seja, a ligação da BR-135 à BR-153, através da BR-235, vai criar um eixo de desenvolvimento, com o surgimento de novas indústrias e o fortalecimento do agronegócio”, diz Ricardo Neves, cidadão pedro afonsino, residente em Palmas, mas 100% dedicado à causa.

Resta saber como está o andamento do projeto da BR-235 no Maranhão, com extensão de 160 quilômetros
MAS, E O MARANHÃO? - Já que a classe política do Tocantins está se mexendo em relação à implantação/pavimentação da BR-235, a pergunta que fazemos, é: e os políticos do Maranhão, especialmente de Alto Parnaíba, município mais interessado na obra, o que estão fazendo nesse sentido?

São aproximadamente 160 quilômetros entre a Divisa MA/TO e a cidade de Alto Parnaíba; é a antiga "Estrada do Sal", conforme gostava de se referir o saudoso advogado alto-parnaibano, Décio Hélder do Amaral Rocha.