sexta-feira, 15 de abril de 2016

Defesa Civil orienta prefeituras sobre medidas contra estiagem

Imagem: José Bonifácio/GP1À reunião da Defesa Civil compareceram representantes de Bom Jesus, Currais, Monte Alegre do Piauí e Santa Filomena(Imagem:José Bonifácio/GP1)Ao ato da Defesa Civil compareceram representantes de Bom Jesus, Currais, Monte Alegre do Piauí e Santa Filomena

A Secretaria Estadual de Defesa Civil do Piauí, por meio do assessor técnico Expedito Soares Cavalcante e do coordenador das Comissões Municipais de Defesa Civil (COMDEC), senhor Mathuzalém Dantas, realizou palestras em Uruçuí, Bom Jesus e Corrente, com o objetivo de orientar as Prefeituras dos 33 municípios dos Cerrados, bem como prevenir ou reduzir as conseqüências da seca e adversidades, enfrentar a burocracia e seguir as normas legais.

No encontro de Bom Jesus, apenas representantes de Bom Jesus, Currais, Monte Alegre do Piauí e Santa Filomena compareceram à palestra, na manhã da última quinta-feira (14/04), mum salão da Secretaria Municipal de Educação. Embora tenha sido tratado um assunto de relevante interesse aos municípios castigados pela seca, inviabilizando a safra 2015/2016, somente o prefeito de Santa Filomena, senhor Esdras Avelino Filho, se fez presente ao ato.


Imagem: José Bonifácio/GP1Expedito Soares: Expedito Soares: 'O processo depende primeiro do município, que levanta as perdas e produz a documentação exigida'
 
O objetivo das palestras foi explicar como funciona a estrutura da Defesa Civil brasileira e os caminhos que devem ser seguidos pelos municípios no caso da ocorrência de desastres, pois ainda faltam informação aos prefeitos, que desconhecem o sistema e os meios que devem ser seguidos, no caso de situações de emergências, bem como das solicitações de recursos.

“O processo depende primeiro do município, que através da COMDEC, levanta as perdas e produz a documentação exigida pela Defesa Civil Nacional”, disse Expedito Cavalcante.

ESTIAGEM - Depois de uma seca histórica no sul do Piauí, de novembro de 2015 a março de 2016, quando apenas janeiro registrou a ocorrência de chuvas regulares, até em excesso, os municípios estão correndo contra o tempo para minimizar prejuízos e auxiliar os produtores.


Imagem: José Bonifácio/GP1Dos quatro municípios presentes no encontro de Bom Jesus, apenas o prefeito Esdras Avelino Filho, de Santa Filomena(Imagem:José Bonifácio/GP1)Dos quatro municípios presentes no encontro de Bom Jesus, apenas o prefeito Esdras Avelino Filho, de Santa Filomena

Mas ainda está faltando o apoio do Governo do Estado do Piauí, que poderia já ter declarado Situação de Emergência nos 33 municípios dos Cerrados, por meio de um decreto coletivo.

DECRETO MUNICIPAL – O município de Santa Filomena, com mais de 100.000 hectares plantados com soja e milho, teve, segundo estimativas do escritório local do EMATER-PI, perdas bastante significativas, em função ao período chuvoso atípico e inédito: Arroz de Sequeiro - 95%; Feijão (1ª Safra) - 65%; Mandioca - 76%; Milho (1ª Safra) - 70%; Soja - 80%.

O prefeito de Santa Filomena, Esdras Avelino, assinou o Decreto de Situação de Emergência em 31/03/2016, publicado no Diário Oficial dos Municípios em 1º/04/2016. A documentação solicitada foi enviada; resta a homologação da Defesa Civil Estadual e o reconhecimento da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, ligada ao Ministério da Integração Nacional.


sábado, 2 de abril de 2016

Seca no sul do Piauí causa perdas de 80% na soja e 70% no milho

Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Plantio de milho 'safra' na Serra da Fortaleza; em fase de pendoamento e definição de espigas, não há como se recuperar

A agricultura piauiense pode registrar na Safra 2015/2016 o maior prejuízo da história, devido, talvez, à pior seca até o momento (re)conhecida no Estado. Culturas como soja, milho, feijão, arroz de sequeiro e mandioca estão diretamente afetadas pelo calor excessivo e a ausência de chuvas durante os meses de dezembro/2015, fevereiro/2016 e março/2016, o que deverá acarretar em perdas milionárias aos produtores, ainda não calculadas pelos órgãos oficiais.

Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)Agricultores de Santa Filomena estão colhendo na média 12 sacas de soja/hectare; perdas em torno de 80 por cento

O período seco e quente ocasionou grande estresse hídrico para as fases vegetativas e reprodutivas dessas plantas, tanto nas áreas baixas quanto no planalto (Serras, Cerrado).

Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)Em algumas lavouras de soja se consegue colher 25 sacas/ha; mas na maioria, apenas 8, 10 ou 12 sacas por hectare

Nos últimos 04 (quatro) meses a precipitação acumulada na cidade de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí e a 910 quilômetros da capital, Teresina, foi de 823,5 milímetros, assim (mal) distribuídos: DEZEMBRO/2015 - 57,5 milímetros; JANEIRO/2016 - 585,0 milímetros; FEVEREIRO/2016 - 38,5 milímetros; e, finalmente, MARÇO/2016 - 142,5 milímetros.

Imagem: José Bonifácio/GP13(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Lavoura de arroz de sequeiro no cerrado de Santa Filomena, plantado no início de fevereiro, com 100 por cento de perdas

Conforme os dados pluviométricos do EMATER-PI, as precipitações do período foram muito irregulares, já que 71% (setenta e um por cento) de toda a chuva caída nos últimos quatro meses se concentraram no mês de Janeiro/2016, com acumulado de 585,0 milímetros.

Com base nessas informações estatísticas e na comprovação in loco, por meio da visitação realizada em lugares ribeirinhos e, principalmente, nas serras do Riachão, das Guaribas, do Ouro e da Fortaleza, técnicos do EMATER estimaram perdas elevadas em todas as culturas anuais (Arroz, Feijão, Milho e Soja) e na Mandioca, que, igualmente, foi seriamente atingida.


Imagem: José Bonifácio/GP14(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Roça de agricultor familiar residente na Comunidade Santa Fé, no vale do Riozinho, com perdas ao redor de 65 por cento

Portanto, devido ao período chuvoso totalmente atípico, fato nunca antes visto no cerrado do Piauí, o EMATER-PI estipulou os seguintes percentuais de perdas: ARROZ DE SEQUEIRO - 95%; FEIJÃO (1ª SAFRA) - 65%; MANDIOCA - 76%; MILHO (1ª SAFRA) - 70%; SOJA - 80%.

Quanto à pecuária, tudo indica que haverá problemas com a alimentação do rebanho bovino. As poucas chuvas de dezembro, fevereiro e março prejudicaram a maturação das pastagens. Com menos alimento disponível para o gado, certamente a produção animal estará reduzida.