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sábado, 2 de abril de 2016

Seca no sul do Piauí causa perdas de 80% na soja e 70% no milho

Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Plantio de milho 'safra' na Serra da Fortaleza; em fase de pendoamento e definição de espigas, não há como se recuperar

A agricultura piauiense pode registrar na Safra 2015/2016 o maior prejuízo da história, devido, talvez, à pior seca até o momento (re)conhecida no Estado. Culturas como soja, milho, feijão, arroz de sequeiro e mandioca estão diretamente afetadas pelo calor excessivo e a ausência de chuvas durante os meses de dezembro/2015, fevereiro/2016 e março/2016, o que deverá acarretar em perdas milionárias aos produtores, ainda não calculadas pelos órgãos oficiais.

Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)Agricultores de Santa Filomena estão colhendo na média 12 sacas de soja/hectare; perdas em torno de 80 por cento

O período seco e quente ocasionou grande estresse hídrico para as fases vegetativas e reprodutivas dessas plantas, tanto nas áreas baixas quanto no planalto (Serras, Cerrado).

Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)Em algumas lavouras de soja se consegue colher 25 sacas/ha; mas na maioria, apenas 8, 10 ou 12 sacas por hectare

Nos últimos 04 (quatro) meses a precipitação acumulada na cidade de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí e a 910 quilômetros da capital, Teresina, foi de 823,5 milímetros, assim (mal) distribuídos: DEZEMBRO/2015 - 57,5 milímetros; JANEIRO/2016 - 585,0 milímetros; FEVEREIRO/2016 - 38,5 milímetros; e, finalmente, MARÇO/2016 - 142,5 milímetros.

Imagem: José Bonifácio/GP13(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Lavoura de arroz de sequeiro no cerrado de Santa Filomena, plantado no início de fevereiro, com 100 por cento de perdas

Conforme os dados pluviométricos do EMATER-PI, as precipitações do período foram muito irregulares, já que 71% (setenta e um por cento) de toda a chuva caída nos últimos quatro meses se concentraram no mês de Janeiro/2016, com acumulado de 585,0 milímetros.

Com base nessas informações estatísticas e na comprovação in loco, por meio da visitação realizada em lugares ribeirinhos e, principalmente, nas serras do Riachão, das Guaribas, do Ouro e da Fortaleza, técnicos do EMATER estimaram perdas elevadas em todas as culturas anuais (Arroz, Feijão, Milho e Soja) e na Mandioca, que, igualmente, foi seriamente atingida.


Imagem: José Bonifácio/GP14(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Roça de agricultor familiar residente na Comunidade Santa Fé, no vale do Riozinho, com perdas ao redor de 65 por cento

Portanto, devido ao período chuvoso totalmente atípico, fato nunca antes visto no cerrado do Piauí, o EMATER-PI estipulou os seguintes percentuais de perdas: ARROZ DE SEQUEIRO - 95%; FEIJÃO (1ª SAFRA) - 65%; MANDIOCA - 76%; MILHO (1ª SAFRA) - 70%; SOJA - 80%.

Quanto à pecuária, tudo indica que haverá problemas com a alimentação do rebanho bovino. As poucas chuvas de dezembro, fevereiro e março prejudicaram a maturação das pastagens. Com menos alimento disponível para o gado, certamente a produção animal estará reduzida.


segunda-feira, 7 de março de 2016

Seca no sul do Piauí provoca quebra de 70% na produção de soja

Imagem: Almir Michelan1(Imagem:Almir Michelan)
As primeiras áreas de soja colhidas na Serra da Fortaleza têm rendimento de 5 a 12 sacas/hectare, com perdas de 80%

Mesmo que continue chovendo nas próximas semanas, as perdas nas lavouras de soja de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, deverão passar dos 70 por cento. De acordo com a Associação de Produtores da Serra da Fortaleza (APROFORT), as primeiras áreas colhidas estão apresentando rendimento de 300 a 700 kg/ha, quando o normal seriam 2.700 kg/ha.

“Estou achando que a perda nas lavouras está chegando a 70 por cento ou mais”, conta o paranaense Fábio Michelan, um dos agricultores pioneiros na Serra da Fortaleza. Já para o seu irmão, Almir Michelan, a quebra na safra 2015/2016 já chega a 80 por cento. “Estamos colhendo de 5 a 12 sacas por hectare. O normal seria a gente colher 45 sacas por hectare”.


Imagem: Almir Michelan2(Imagem:Almir Michelan)
Mesmo que volte a chover em março, as perdas com a soja já somam um prejuízo estimado em mais de R$ 200 milhões

Em números, as perdas de 70% (setenta por cento) já somam um prejuízo de cerca de R$ 200 milhões somente na região de Santa Filomena, considerando a cotação de R$ 65,00 por saca de 60 quilos de soja (Balsas, 04/03/2016) e uma área estimada em 100.000 hectares.

E olha que a maioria das empresas rurais e dos produtores individuais tiveram que plantar até três vezes em uma mesma área (final de novembro, meados de dezembro e durante todo o mês de janeiro). Eles apostaram todas as suas economias, e estão perdendo quase tudo.

A quebra na produção agrícola devido à falta de chuvas deve afetar toda a cadeia produtiva. Teremos impacto no PIB do Piauí e, por conseguinte, a diminuição no retorno do ICMS. Além disso, milhares de empregos estão em situação de risco, o que afetará a economia da cidade.

Imagem: Almir Michelan3(Imagem:Almir Michelan)
Além da baixa produtividade, a produção colhida é de péssima qualidade, já que há vagens com grãos que não encheram

Se chover nos próximos dias, como ocorreu no último sábado (05/03), pode-se estagnar o quadro de perdas. Mas se continuar sem chuvas em março, as perdas na soja serão totais.

Diante do atual quadro, que já não é mais de estiagem e sim de SECA, os agricultores e as empresas rurais estabelecidas no município de Santa Filomena aguardam ansiosamente que o prefeito Esdras Avelino Filho (PTB) decrete, sem demora, Estado de Calamidade Pública.

Conforme o produtor Amarildo dos Santos, ex-presidente da APROFORT e um dos legítimos representantes do agronegócio em Santa Filomena, é necessário que o Executivo Municipal busque soluções junto aos governos Estadual e Federal, objetivando melhorar a situação e garantir 03 (três) pontos fundamentais: renda (empregos), seguro e repactuação de dívidas.


sexta-feira, 4 de março de 2016

CALAMIDADE! Seca está destruindo lavouras no cerrado do Piauí

Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Lavouras de soja plantadas no final de janeiro (nunca havia ocorrido isso) nem sequer conseguiram germinar a contento

Diante da longa e atípica estiagem verificada nos meses de dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, intercalada pelas enchentes de janeiro 2016, desastres naturais que estão causando enormes prejuízos, os produtores rurais de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, estão pedindo ao prefeito Esdras Avelino Filho (PTB) que decrete Estado de Calamidade Pública.

A falta de chuvas e as altas temperaturas estão “torrando” as lavouras de soja e milho no cerrado piauiense. Para que se tenha dimensão do problema, nos últimos três meses foram verificadas seca e enchentes, com as seguintes precipitações, segundo o EMATER/PI: 57,5 milímetros em dezembro; 585,0 mm em janeiro; e apenas 38,5 mm no mês de fevereiro.


Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Cultivo de soja já em fase reprodutiva; além das perdas de 50%, que são irreversíveis, a qualidade dos grãos é pessima

Essa visível secura causa escaldadura (cancro por calor) e a deterioração (cozimento) das raízes, até mesmo nas propriedades que receberam grandes investimentos em tecnologia.

De acordo com a Associação dos Produtores da Serra da Fortaleza (APROFORT), a situação é muito grave. Conforme membros da entidade, as perdas já podem chegar a 30% nas áreas consideradas boas. Em áreas mais comprometidas, a quebra chega a mais de 50 por cento.


Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Plantio de milho na Serra da Fortaleza; em pleno mês de março, a situação está assim, e sem qualquer previsão de chuva

“A coisa está feia, muito mais do que se imagina. Além das perdas, que são irreversíveis, a qualidade dos grãos da soja é péssima”, relata, desolado, o agricultor Amarildo dos Santos.

Como coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC), observamos que os efeitos da seca de dezembro e de fevereiro, e da enchente de janeiro, que devastou o Vale do Rio Taquara, são nítidos. Constatamos ainda que praticamente a produção agrícola está condenada no município de Santa Filomena. E que nem todos os produtores são segurados.


Imagem: Iraciana Lustosa3(Imagem:Iraciana Lustosa)
SITUAÇÕES OPOSTAS! Em janeiro, os moradores sofreram com a maior enchente já vista no Valle do Rio Taquara, que ...

É fundamental que se garanta alguma segurança a esses produtores, que geram milhares de empregos na região, tendo em vista que muitos desses agricultores não fizeram seguro das suas lavouras e precisam ser respaldados nos enormes prejuízos que estamos prevendo.

Aliás, a seca a que nos referimos não se restringe ao município de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí. Está caracterizada em todo o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), fato que poderá levar os governadores a decretarem Estado de Calamidade Pública.

Imagem: José Bonifácio/GP14(Imagem:José Bonifácio/GP1)
... destruiu casas e transformou áreas de plantio de lavouras de subsistência em bancos de areia, praias de areia branca!

A estiagem prolongada (dezembro/2015 e fevereiro2016) colocou sob risco a produção de grãos (inclusive das lavouras de subsistência) e a pecuária em iminente prejuízo irreparável.

O Decreto de Calamidade Pública propiciará a tomada de ações visando amenizar a situação.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Seca leva prefeito de Santa Filomena a decretar "Situação de Emergência"

Imagem: José BonifácioGP1SECA VERDE:(Imagem:José BonifácioGP1)SECA VERDE: Prejuízos na agropecuária levaram o prefeito de Santa Filomena (PI) a decretar Situação de Emergência

O município de Santa Filomena, localizado no sudoeste do Piauí, a 925 km de Teresina, decretou Situação de Emergência devido à forte seca ocorrida recentemente, onde mais da metade da safra agrícola se perdeu, de acordo com a CONDEC Municipal.

Essas condições de veranico – ou “Seca Verde” – deixaram o setor agropecuário em um momento bastante crítico, haja vista a estiagem que se prolongou de 28 de janeiro a 14 de março de 2013, portanto 45 dias com baixíssima ocorrência de precipitação pluviométrica.

As perdas estimadas chegam a 70% (setenta por cento) nas lavouras de soja, 90% (noventa por cento) na produção de milho e 95 por cento na de arroz.

Imagem: José Bonifácio/GP1Veranicos causaram perdas significativas e irreversíveis, principalmente na cultura da soja(Imagem:José Bonifácio/GP1)Veranico causou perdas significativas e irreversíveis no município de Santa Filomena, principalmente na cultura da soja

Na agricultura familiar, também muito prejudicada, as perdas calculadas chegam a 90 por cento na produção de milho, 70% no feijão e noventa e cinco por cento no arroz.

Por outro lado, na atividade pecuária se calcula que 70% (setenta por cento) da área cultivada com forragens foram seriamente comprometidas, tendo em vista que não ocorreram condições favoráveis para a reforma e recuperação das pastagens, sacrificando assim a alimentação animal e, consequentemente, a manutenção do rebanho pela baixa oferta de biomassa.

Confira o decreto assinado pelo prefeito Esdras Avelino Filho (PTB), publicado no Diário Oficial dos Municípios, na edição da última sexta-feira, 22 de maro de 2013, página 147:

Imagem: DivulgaçãoDecreto(Imagem:Divulgação)Cópia do Decreto de Emergência, publicado no Diário Oficial dos Municípios, edição de sexta-feira (22), na página 147

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Em plena fase de colheita, soja já atinge a maior cotação dos últimos 20 anos

Em abril de 2004 a soja em grão chegou, na cidade de Balsas (MA), à cotação de R$ 48,73 por saca de 60 quilos. Nesses oito anos, a maior desvalorização da oleaginosa ocorreu em abril de 2006, quando o preço caiu para 19 reais e 88 centavos.

No ano passado, também no mês de abril, o preço médio do produto em Balsas alcançou os 39 reais e 64 centavos, quando a cotação média brasileira ficou em R$ 41,60.

Agora na safra 2011/2012, motivados pelas perdas verificadas nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, assim como no oeste da Bahia - onde a estiagem ocasionou perdas ao redor de 50% - e até em MT, os preços atingem  a maior alta desde 2004.

A firmeza do dólar e as irregularidades climáticas, além dos ataques de pragas e doenças, especialmente a ferrugem asiática, impuseram perdas significativas e permitiram que os preços se posicionassem nesses patamares recordes em plena colheita.

Na última sexta-feira (13), segundo o site Agrolink (www.agrolink.com.br), o preço à vista em Balsas atingiu a marca dos R$ 51,00 (cinquenta e um reais). E deve atingir os R$ 60,00 nos próximos dias, valor que já vem sendo praticando no Paraná e no Rio Grande do Sul, pois a liquidez do grão, que mais parece ouro, está aumentando dia após dia.

O principal fundamento dessa disparada nos preços se chama China, o gigante asiático que não sacia seu apetite e a todo momento anuncia novas aquisições de soja.

Por outro lado, com a produção menor, não há soja suficiente para atender o mercado interno. Dessa forma, o preço médio da saca de 60 quilos está R$ 7 maior do que em dezembro de 2011, segundo o economista Argemiro Brum, da Universidade Regional de Ijuí (Unijuí), acrescentando que o atual valor bate o recorde pelo menos dos últimos 20 (vinte) anos.

Impulsionados pelo bom preço, sojicultores do sudoeste do Piauí e do sul do Maranhão aceleraram o ritmo de vendas, antecipando e comprando os insumos agrícolas da Safra 2012/2013, como sementes, fertilizantes, calcário e uma série de defensivos.

Sem dúvida, o cenário é muito animador, principalmente para quem vai continuar com o grão armazenado. É esperar para ver os próximos capítulos dessa inédita escalada da soja, que voltou a ser o “ouro verde” nacional, invadindo o cerrado e as florestas.