Em abril de 2004 a soja em grão chegou, na cidade de Balsas (MA), à
cotação de R$ 48,73 por saca de 60 quilos. Nesses oito anos, a maior
desvalorização da oleaginosa ocorreu em abril de 2006, quando o preço
caiu para 19 reais e 88 centavos.
No ano passado, também no mês de abril, o preço médio do produto em
Balsas alcançou os 39 reais e 64 centavos, quando a cotação média brasileira ficou em R$ 41,60.
Agora na safra 2011/2012, motivados pelas perdas verificadas nos estados
do Paraná e do Rio Grande do Sul, assim como no oeste da Bahia - onde a
estiagem ocasionou perdas ao redor de 50% - e até em MT, os
preços atingem a maior alta desde 2004.
A firmeza do dólar e as irregularidades climáticas, além dos ataques de
pragas e doenças, especialmente a ferrugem asiática, impuseram perdas
significativas e permitiram que os preços se posicionassem nesses
patamares recordes em plena colheita.
Na última sexta-feira (13), segundo o site Agrolink
(www.agrolink.com.br), o preço à vista em Balsas atingiu a marca dos R$
51,00 (cinquenta e um reais). E deve atingir os R$ 60,00 nos próximos
dias, valor que já vem sendo praticando no Paraná e no Rio Grande do
Sul, pois a liquidez do grão, que mais parece ouro, está aumentando dia
após dia.
O principal fundamento dessa disparada nos preços se chama China, o
gigante asiático que não sacia seu apetite e a todo momento anuncia
novas aquisições de soja.
Por outro lado, com a produção menor, não há soja suficiente para
atender o mercado interno. Dessa forma, o preço médio da saca de 60
quilos está R$ 7 maior do que em dezembro de 2011, segundo o economista
Argemiro Brum, da Universidade Regional de Ijuí (Unijuí), acrescentando
que o atual valor bate o recorde pelo menos dos últimos 20 (vinte) anos.
Impulsionados pelo bom preço, sojicultores do sudoeste do Piauí e do sul
do Maranhão aceleraram o ritmo de vendas, antecipando e comprando os
insumos agrícolas da Safra 2012/2013, como sementes, fertilizantes,
calcário e uma série de defensivos.
Sem dúvida, o cenário é muito animador, principalmente para quem vai
continuar com o grão armazenado. É esperar para ver os próximos
capítulos dessa inédita escalada da soja, que voltou a ser o “ouro
verde” nacional, invadindo o cerrado e as florestas.