quarta-feira, 18 de abril de 2012

Em plena fase de colheita, soja já atinge a maior cotação dos últimos 20 anos

Em abril de 2004 a soja em grão chegou, na cidade de Balsas (MA), à cotação de R$ 48,73 por saca de 60 quilos. Nesses oito anos, a maior desvalorização da oleaginosa ocorreu em abril de 2006, quando o preço caiu para 19 reais e 88 centavos.

No ano passado, também no mês de abril, o preço médio do produto em Balsas alcançou os 39 reais e 64 centavos, quando a cotação média brasileira ficou em R$ 41,60.

Agora na safra 2011/2012, motivados pelas perdas verificadas nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, assim como no oeste da Bahia - onde a estiagem ocasionou perdas ao redor de 50% - e até em MT, os preços atingem  a maior alta desde 2004.

A firmeza do dólar e as irregularidades climáticas, além dos ataques de pragas e doenças, especialmente a ferrugem asiática, impuseram perdas significativas e permitiram que os preços se posicionassem nesses patamares recordes em plena colheita.

Na última sexta-feira (13), segundo o site Agrolink (www.agrolink.com.br), o preço à vista em Balsas atingiu a marca dos R$ 51,00 (cinquenta e um reais). E deve atingir os R$ 60,00 nos próximos dias, valor que já vem sendo praticando no Paraná e no Rio Grande do Sul, pois a liquidez do grão, que mais parece ouro, está aumentando dia após dia.

O principal fundamento dessa disparada nos preços se chama China, o gigante asiático que não sacia seu apetite e a todo momento anuncia novas aquisições de soja.

Por outro lado, com a produção menor, não há soja suficiente para atender o mercado interno. Dessa forma, o preço médio da saca de 60 quilos está R$ 7 maior do que em dezembro de 2011, segundo o economista Argemiro Brum, da Universidade Regional de Ijuí (Unijuí), acrescentando que o atual valor bate o recorde pelo menos dos últimos 20 (vinte) anos.

Impulsionados pelo bom preço, sojicultores do sudoeste do Piauí e do sul do Maranhão aceleraram o ritmo de vendas, antecipando e comprando os insumos agrícolas da Safra 2012/2013, como sementes, fertilizantes, calcário e uma série de defensivos.

Sem dúvida, o cenário é muito animador, principalmente para quem vai continuar com o grão armazenado. É esperar para ver os próximos capítulos dessa inédita escalada da soja, que voltou a ser o “ouro verde” nacional, invadindo o cerrado e as florestas.

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