sexta-feira, 4 de março de 2016

CALAMIDADE! Seca está destruindo lavouras no cerrado do Piauí

Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Lavouras de soja plantadas no final de janeiro (nunca havia ocorrido isso) nem sequer conseguiram germinar a contento

Diante da longa e atípica estiagem verificada nos meses de dezembro de 2015 e fevereiro de 2016, intercalada pelas enchentes de janeiro 2016, desastres naturais que estão causando enormes prejuízos, os produtores rurais de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, estão pedindo ao prefeito Esdras Avelino Filho (PTB) que decrete Estado de Calamidade Pública.

A falta de chuvas e as altas temperaturas estão “torrando” as lavouras de soja e milho no cerrado piauiense. Para que se tenha dimensão do problema, nos últimos três meses foram verificadas seca e enchentes, com as seguintes precipitações, segundo o EMATER/PI: 57,5 milímetros em dezembro; 585,0 mm em janeiro; e apenas 38,5 mm no mês de fevereiro.


Imagem: José Bonifácio/GP12(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Cultivo de soja já em fase reprodutiva; além das perdas de 50%, que são irreversíveis, a qualidade dos grãos é pessima

Essa visível secura causa escaldadura (cancro por calor) e a deterioração (cozimento) das raízes, até mesmo nas propriedades que receberam grandes investimentos em tecnologia.

De acordo com a Associação dos Produtores da Serra da Fortaleza (APROFORT), a situação é muito grave. Conforme membros da entidade, as perdas já podem chegar a 30% nas áreas consideradas boas. Em áreas mais comprometidas, a quebra chega a mais de 50 por cento.


Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
Plantio de milho na Serra da Fortaleza; em pleno mês de março, a situação está assim, e sem qualquer previsão de chuva

“A coisa está feia, muito mais do que se imagina. Além das perdas, que são irreversíveis, a qualidade dos grãos da soja é péssima”, relata, desolado, o agricultor Amarildo dos Santos.

Como coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC), observamos que os efeitos da seca de dezembro e de fevereiro, e da enchente de janeiro, que devastou o Vale do Rio Taquara, são nítidos. Constatamos ainda que praticamente a produção agrícola está condenada no município de Santa Filomena. E que nem todos os produtores são segurados.


Imagem: Iraciana Lustosa3(Imagem:Iraciana Lustosa)
SITUAÇÕES OPOSTAS! Em janeiro, os moradores sofreram com a maior enchente já vista no Valle do Rio Taquara, que ...

É fundamental que se garanta alguma segurança a esses produtores, que geram milhares de empregos na região, tendo em vista que muitos desses agricultores não fizeram seguro das suas lavouras e precisam ser respaldados nos enormes prejuízos que estamos prevendo.

Aliás, a seca a que nos referimos não se restringe ao município de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí. Está caracterizada em todo o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), fato que poderá levar os governadores a decretarem Estado de Calamidade Pública.

Imagem: José Bonifácio/GP14(Imagem:José Bonifácio/GP1)
... destruiu casas e transformou áreas de plantio de lavouras de subsistência em bancos de areia, praias de areia branca!

A estiagem prolongada (dezembro/2015 e fevereiro2016) colocou sob risco a produção de grãos (inclusive das lavouras de subsistência) e a pecuária em iminente prejuízo irreparável.

O Decreto de Calamidade Pública propiciará a tomada de ações visando amenizar a situação.


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