Arte promocional da Prefeitura Municipal, comemorando os 152 anos de fundação da Vila de Santa Filomena |
25 DE AGOSTO DE 2017... SANTA FILOMENA e
sua gente estão de PARABÉNS!. Com 152 anos, a Princesa do Cerrado, onde o sol nasce por último, já é a 19ª maior economia do Piauí e o 4º maior produtor de
Soja.
Com 5.285 km2,
Santa Filomena tem 2,10% da área do Piauí, sendo a 5ª maior
grandeza. Segundo o Censo 2010, a população é composta por 3.217
homens (52,82%) e 2.879 mulheres (47,18%), totalizando 6.096 habitantes.
Portanto, em Santa Filomena existem mais homens do que mulheres: a proporção é de 96,22 mulheres para cada 100 homens. Por outro lado, possui uma densidade populacional baixíssima, de apenas 1,11 habitante/km2.
O município de Santa Filomena se limita com quatro outros municípios, sendo: Norte - Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves; Sul - Gilbués; Leste - Gilbués e Baixa Grande do Ribeiro; e Oeste - Alto Parnaíba (MA).
Portanto, em Santa Filomena existem mais homens do que mulheres: a proporção é de 96,22 mulheres para cada 100 homens. Por outro lado, possui uma densidade populacional baixíssima, de apenas 1,11 habitante/km2.
O município de Santa Filomena se limita com quatro outros municípios, sendo: Norte - Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves; Sul - Gilbués; Leste - Gilbués e Baixa Grande do Ribeiro; e Oeste - Alto Parnaíba (MA).
Poder Legislativo (Câmara de Vereadores) de Santa Filomena, localizada na Av. Barão de Santa Filomena |
Santa
Filomena, distante 925 quilômetros de Teresina (Via Monte Alegre do Piauí),
está interligada à BR-135/PI (Gilbués e Monte Alegre do Piauí) por meio da
BR-235/PI, passando pelo Povoado Matas, com 130 km de rodovia.
Seu
principal veículo de comunicação é a Rádio Comunitária Rio Taquara FM,
fundada faz 19 anos. E conta com telefonia fixa (Oi) e móvel (TIM, Oi e
Claro).
ASPECTOS HISTÓRICOS - O início da
construção do pequeno lugarejo denominado de Santa Filomena, não foi fácil,
tornou-se embaraçoso e intricado, devido ao pouco acesso que
dava ao mesmo. Foram imigrantes que vieram de São Paulo, para o Piauí, sendo
parte, de origem portuguesa. Ao chegar encontraram uma pequena vila de
nome Parnaguá, onde acontecia desbravamento e conquistas de terras, mas ao
mesmo tempo um oásis da civilização distante e isolada, sob o comando de uma
família, que mais tarde se tornara a mais poderosa daquela região. Ali havia
estabelecido o pernambucano Victoriano Rodrigues de Brito,
que veio informado das notícias das terras que seriam apropriadas para a
criação de gado bovino, com imensas pastagens nativas. Estabelecido no lugar,
com o seu trabalho tornou-se respeitado, contraindo matrimônio alguns anos
depois com uma moça ilustre, filha do poderoso chefe político local, o
Tenente-Coronel José da Cunha Lustosa, o futuro “Barão de Santa Filomena”.
Os
primeiros registros sobre antepassados da família que depois veio a estabelecer-se
na região, em 1745, quando houve uma sesmaria no sítio denominado
Brejo do Lucas em Parnaguá. O mesmo foi concedido ao português José da Cunha
Lustosa, que
havia chegado à região procedente de Santos - São Paulo, em 22 de julho de
1747. Ao mesmo foi doada, na Lagoa dos Golfos, a
Fazenda Mocambo, naquele município, que tempos depois passou a ser chamada de
Riacho Fresco. Trabalhou em suas propriedades até os últimos dias
de vida. Ele e a esposa, Helena de Sousa Lustosa, tiveram 05 filhos. Repeliram os índios Pimenteiras, Cheréns e outros do sul do Piauí.
Por
volta de 1854, vindo da Fazenda Contrato, onde residiu em terras do atual
município de Monte Alegre (PI), acompanhado de alguns parentes e escravos,
estabeleceu-se às margens do Riacho Tapuio, à direita do Rio Parnaíba.
Praça Barão de Paraim (Praça da Matriz), em homenagem ao irmão do Coronel José Lustosa da Cunha |
Alguns
desbravadores já haviam percorrido estas terras. Um deles foi José Antônio
Barreiras de Macedo. Acompanhado de outras pessoas teria realizado uma
entrada de reconhecimento na região, chegando até as margens do Rio Taquara,
porém sem deixar vestígio da sua passagem.
A
geografia da região era já conhecida por fazendeiros piauienses e grupos
indígenas; informações indicam como sendo da tribo Cheréns,
que habitava a região da futura Vila de Santa Filomena. O avanço do
desbravador provocou o deslocamento desses silvícolas para as
margens do Rio Tocantins.
Ilha do Santo Antonio (antiga Ilha da Esmeralda), em frente ao Santo Antonio, dos herdeiros de Antonio Luis |
No
decorrer dos anos, outros parentes e amigos chegaram, aderindo aos esforços de
colonização dessa região. Veio também, o cidadão Camilo Vieira, que era um homem muito rico e que havia comprado uma moça na Paraíba, cujo nome era Esmeralda. Com daquela atitude, a família dela se revoltou contra Camilo e resolveu situar uma Fazenda para o mesmo, pondo o nome de "Contrariado" (hoje Santo Antonio, dos herdeiros de Antonio Luis Avelino), significando a expressão dos seus sentimentos. Em frente fica a "Ilha da Esmeralda", atualmente Ilha do Santo Antonio, após a barra do hoje Brejo Santo Antonio, por ter sido ela - Esmeralda - a
primeira mulher a visitá-la.
Ali,
tiveram uma filha, o seu nome era Mikaela, mais tarde, chegando na região, o
jovem de nome Francisco Luis de Freitas, que também veio à procura de Terras
para a criação de gado, e conhecendo Mikaela logo contraiu matrimônio com a
mesma. Em desavença com sua família, resolveu
situar uma fazenda do outro lado do Rio Parnaíba, pondo o nome de Barcelona e dando origem à Vila Santa Vitória, atual Alto Parnaíba
(MA).
Sendo
chefe político do lugar, o Coronel José Lustosa
da Cunha estende seus domínios por toda a região,
ampliando suas fazendas de criação de gado, onde situava o mesmo que
trouxera de sua terra natal, no estado da Bahia.
Av. Santo Antonio, Praça da Beira-Rio, Rio Parnaíba e, do outro lado do Rio, a cidade de Alto Parnaíba/MA |
Com
a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), a maior e mais sangrenta da América Latina, que colocou o
Brasil, Argentina e Uruguai em luta contra o mesmo. Motivo este dar aquele
país uma saída direta para o mar. Isto era necessário, para que o país pudesse
dar escoamento às suas mercadorias através do oceano atlântico. Para tanto, teria que ocupar uma boa parte do território brasileiro. Após
o aprisionamento do navio Marquês de Olinda, no rio Paraná, houve a declaração de guerra, onde os paraguaios invadiram Mato Grosso e tentaram invadir o Rio Grande do Sul, atravessando sem permissão, parte do
território argentino. O fato ocasionou a tríplice aliança entre os três países para a quão renhida batalha.
Atendendo ao chamamento, que solicitava o
alistamento de voluntários, o Coronel José Lustosa
da Cunha organizou, no
distante lugarejo de Santa Filomena, um grupo de 234 homens, contando o concurso de dois filhos, alguns
dos seus sobrinhos e escravos.
Outros voluntários
da Comarca de Parnaguá se juntaram ao grupo do Coronel José Lustosa da Cunha, no dia 22 de junho de 1865, na então Vila de
Santa Filomena, no local que ficou conhecido como Remanso do Choro, a jusante
da Ilha do Santo Antonio. Os
voluntários despediram-se de suas famílias e desceram rio abaixo, num total de
14 balsas, rumo a Parnaíba, donde partiram para o Maranhão, embarcando ali
no vapor Tocantins, até o Rio de Janeiro, onde desembarcaram no dia 09 de
setembro do corrente ano. Pode-se
imaginar as imensas dificuldades que encontraram em tão longa marcha até o
cenário da guerra. Por onde passavam eram recebidos festivamente.
Remanso do Choro, donde a 22 de junho de 1865 saíram 234 homens em 14 balsas, rumo à Guerra do Paraguai |
Em
Pernambuco - relata a Cronologia Histórica -, província então governada pelo Marquês de Paranaguá, irmão do Cel. José Lustosa da Cunha, registrou-se a passagem do grupo, ao qual
havia se engajado, ainda em Teresina, a moça Jovita Alves Feitosa, que foi impedida
pelo ministro da Guerra do Brasil de seguir para o campos de batalha, frustrando-lhe todos os
seus sonhos.
Aquele
corpo comandado pelo distinto Tenente Coronel José Lustosa da Cunha, mais tarde Barão de Santa Filomena, foi
organizado pelo mesmo na Vila de Santa Filomena, que fica a aproximadamente
600 quilômetros de Oeiras, antiga capital provincial, que era governada pelo
Visconde Manoel de Sousa Martins, e tinha pouco mais de um mil habitantes, com
sete municípios apenas, sendo governador da Província o major João José da
Cunha Fidier.
Atual residência das Freiras, lugar onde, no final do século XIX, morou o Coronel José Lustosa da Cunha |
José Lustosa da Cunha adquiriu uma imagem de Santa Filomena na Bahia, para padroeira, e devido à sua devoção por ela, pôs o nome de Filomena em sua primeira filha nascida no lugar. Nasceu então, na Casa Grande, a segunda filha do Barão de Santa Filomena, em uma manhã de outubro de 1854. Dizem que houve grande regozijo naquele solar e nas casas vizinhas.
Cel. José Lustosa da Cunha, o 'Barão de Santa Filomena', que morreu em 14 de abril de 1901, aos 74 anos |
DUAS VERSÕES - Existem
duas versões sobre a origem do município de Santa Filomena. Pereira da Costa, em sua célebre Cronologia
Histórica do Piauí, relata o seguinte: "A vila de Santa Filomena é uma das mais modernas povoações do Piauí, pois a sua origem remonta apenas ao ano de 1854".
Descoberto
naquele ano o local em que está situada a cidade de Santa Filomena, José Antonio Barreiros de Macedo
convidou diversos parentes e a outras pessoas para fazerem uma entrada
de reconhecimento no local, que até então era habitado por índios da nação
Cheréns. Ali fixando-se, começou a levantar algumas casas e fundou uma Capela. Tal
desenvolvimento foi tendo o lugar, dada a influência de diversos moradores. Dois anos depois era um povoado próspero. Foi criada a Paróquia
e elevada à categoria de Vila.
Av. Barão de Santa Filomena, no centro de Santa Filomena, entre a Praça da Matriz e a Prefeitura Municipal |
A outra
versão dá conta de que, no fim do Século XVIII e princípios do Século XIX, houve
várias incursões ao território do atual município de Santa Filomena,
sendo
a última feita pelo patriota José Antonio Barreiros de Macedo, que teria
transposto a Serra do Riachuelo, vindo
até às margens do Rio Taquara, percorrendo outras partes da região, mas sem deixar vestígios de fundação de qualquer estabelecimento pecuário
ou de outra natureza.
Anos
depois, o Coronel José Lustosa da Cunha
(mais tarde recebeu o título de Barão de Santa Filomena)
que então residia na Fazenda Contrato - naquela época município de Gilbués, e atualmente jurisdição de Monte Alegre do Piauí - partida
dali, já no Século XIX, acompanhado da mulher, parentes e escravos e seguindo o
roteiro de José Antonio Barreiros de Macedo.
Estabeleceu-se
no local, próximo do Brejo do Tapuio e do Rio Parnaíba, onde hoje é a sede do município, fundando ali a localidade, que
começou pela casa-grande e uma capela, iniciando assim a povoação.
Com o passar dos meses, outros moradores foram chegando e construindo suas
casas, e em pouco tempo já apresentava características de próspero Povoado.
112 ANOS: Igreja Matriz de Santa Filomena, que foi iniciada em 1896 e inaugurada em 15 de agosto de 1905 |
IGREJA MATRIZ, 112 ANOS -
Em
1856, nove anos antes de criada a Vila de Santa Filomena, foi instituída a Paróquia de Santa Filomena e elevado à categoria de
Distrito, graças à Lei Provincial nº 413, de 09 de janeiro de 1856.
A Igreja Matriz de Santa Filomena
completa 112 anos dia 15 de Agosto de 2017, no encerramento do 161º Festejo
Comemorativo à Padroeira que deu nome à cidade. Segundo relatos históricos, a
jurisdição paroquial de Santa Filomena foi criada em 09 de janeiro de 1856,
graças à Lei Provincial nº 413, de 09 de janeiro de 1856. De acordo com o
engenheiro agrônomo e comerciante Dulfe Lustosa Nogueira, que ouvia relatos do
seu avô, o fazendeiro Antonio Lustosa Nogueira, a
pequena Capela de Santa Filomena era localizada no Cruzeiro, onde hoje se situa
o Cemitério Municipal, não havendo, entretanto, nenhum vestígio. “Aí começaram
a construir uma nova Igreja, e passou mais ou menos uns 05 anos para poder ser
concluída. Inclusive, todo o pessoal da pequena comunidade se engajou na
construção da Igreja. Quando era nas noites de lua, todos - até as crianças -
iam para a olaria, que ficava próxima ao atual cemitério, e carregavam as
alvenarias na cabeça”, conta o historiador e ex-professor Dulfe Lustosa Nogueira.
A extinta Comarca de Santa Filomena guardava manuscritos de 1875, relatando até a "compra de Escravos" |
Extinta
em 1892; Restaurada em 1893; Novamente extinta em 1896; Restabelecida
em 1914; e outra vez, inexplicavelmente, extinta em 1922.
Em
1925 a Comarca foi restaurada novamente, sendo integrada pelos municípios de
Corrente, Gilbués e Parnaguá. Finalmente, pela Lei nº 96, de 21 de junho
de 1937, reduziu a Comarca de Santa Filomena ao Distrito de igual nome,
desanexando as demais situações que perduram até março de 2017, quando o TJ-PI
(Tribunal de Justiça do Estado do Piauí) decidiu agregar a Comarca de Santa
Filomena, criada há exatamente 142 anos, na 12ª cidade mais antiga do Piauí, à Comarca de
Gilbués, distante 140 quilômetros.
No
acervo da extinta Comarca de Santa Filomena, removida para Gilbués, existe manuscritos datados de 1875, relatando até a 'compra de Escravos'.
Vista aérea de Santa Filomena, a primeira cidade localizada à margem direita do imponente Rio Parnaíba |
GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO - Com relação aos Governo e Administrações do
Município de Santa Filomena, anteriores a 1947, os registros por escrito são raríssimos. Apenas
informações básicas, sem localização de datas, dadas por pessoas mais idosas,
sendo o principal entrevistado o senhor Antonio Lustosa Nogueira,
com 89 anos de idade, porém
ainda lúcido, e que foi intendente durante oito anos, de 1922 a 1930.
Intendentes (Prefeitos Nomeados) de Santa Filomena: Antonio Lustosa Nogueira, João Dourado, Tenente Wanderley Francisco das Chagas Batista, João Rosa Paes Landim, Tenente Gumercindo Saraiva Ribeiro, Clóvis Cunha, Salvador Monteiro de Freitas, Enéas Maia, Esdras Avelino.
Prefeitura de Santa Filomena, sede do Poder Executivo Municipal, instalado em 21 de Junho de 1937 |
João
Lustosa da Cunha (1947-1951); Antônio Luís Avelino (1951-1955); Carlos Lustosa do Amaral, “Carrêta” (1955-1959); Gumercindo Saraiva
Ribeiro (1959-1963); Antônio Luís Avelino (1963-1967); Caio Lustosa de Alencar (1967-1971); Estevan Robson Dias “Rubinho” (1971-1973); Caio Lustosa de
Alencar (1973-1977); Antônio Luís Avelino (mandato de 1977 até 1980, se estendendo até 1982, de
acordo com a Lei Eleitoral, que prorrogou os mandatos; seu vice-prefeito,
Filomeno Lustosa Nogueira, faleceu no segundo ano de mandato); Almérico Lustosa de
Alencar (1982-1988); Quirino Lustosa Avelino (1989-1992); Almérico Lustosa de Alencar (1992-1996); João Lustosa Avelino (1997-2000); Ernani de Paiva
Maia (2001-2004); Ernani de Paiva Maia (2005-2008); Esdras Avelino Filho (2009-2012); Esdras Avelino Filho (2013-2016); Carlos Augusto de Araújo Braga (2017...)
BIOGRAFIA DO PRIMEIRO INTENDENTE DE SANTA
FILOMENA (PI):
Antônio Lustosa
Nogueira nasceu em 20 de abril de 1892, às quatro horas da
manhã, na Vila de Santa Filomena, na própria residência dos pais. Era
filho do agropecuarista e Capitão João Damasceno Nogueira e de Isabel Lustosa
Nogueira, tendo como avós paternos o Capitão Francisco de Assis Nogueira e
Joana de Castro Castelo Branco e,
avós maternos, o Capitão Antônio Lustosa da Cunha e Brígida Lustosa Nogueira, todos
latifundiários e residentes da Vila de Santa Filomena, fundada 152 anos atrás, em 25 de Agosto de 1865.
Eram os seus padrinhos: o barão José Lustosa da Cunha e Leopoldo Lustosa da Cunha, testemunhado por Alexandre Maurício e Ângelo de Castro Rocha, primeiro comerciante e segundo funcionário público da Vila. Compareceu o seu pai, no Cartório do Escrivão do Registro Civil, Senhor Eliseu de Pina Castelo Branco, para fazer o seu registro, no dia 27 de fevereiro de 1896.
Na
sua juventude, obviamente, face à boa condição financeira, teve tudo o que quis. Tempos depois casou-se com uma
jovem da Vila Vitória do Alto Parnaíba, atual Alto Parnaíba, de nome Maria
Frutuosa Brito, e tiveram seis filhos, cinco homens e uma mulher: Samuel
Lustosa Nogueira, Filomeno Lustosa Nogueira, Benvindo Lustosa
Nogueira, Mussolini
Lustosa Nogueira, Damasceno Lustosa Nogueira e Salvadora Lustosa
Nogueira.
Eram os seus padrinhos: o barão José Lustosa da Cunha e Leopoldo Lustosa da Cunha, testemunhado por Alexandre Maurício e Ângelo de Castro Rocha, primeiro comerciante e segundo funcionário público da Vila. Compareceu o seu pai, no Cartório do Escrivão do Registro Civil, Senhor Eliseu de Pina Castelo Branco, para fazer o seu registro, no dia 27 de fevereiro de 1896.
Rua Leônidas Melo, por ocasião da 10ª Grande Cavalgada de Santa Filomena, em 14 de Agosto de 2017 |
Foi
um dos maiores agropecuaristas da história de Santa Filomena, sendo também o
primeiro prefeito nomeado da Vila de Santa Filomena (intendente). Governou por oito anos, no período
de 1922 a 1930. Em
1944, estabeleceu-se em Teresina, com casa própria, contendo uma vacaria, para
complementar as despesas dos filhos Benvindo e Mussolini, que por lá
estudavam. Não
dando certo, retornou a este município e ficou levando boiadas por terra e por
balsas de buriti, Chegando
a levar mais de mil cabeças de bois de uma só vez rumo aos frigoríficos de
Floriano, Campo Maior e Teresina. Certamente,
grande parte da fortuna era usada na boemia com as meninas teresinenses.
Escritórios da EMATER-PI e da ADAPI em Santa Filomena, localizados na Rua Ângelo de Castro Rocha |
PECUÁRIA
FORTE - De acordo com informações da
ADAPI (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí), em novembro de 2016
o rebanho bovino de Santa Filomena era de 16.629 cabeças, distribuídas em 332
imóveis rurais e pertencentes a 419 proprietários, em sua área territorial de
5.285 quilômetros quadrados. É um dos 30 maiores rebanhos do Piauí.
PIB AGRÍCOLA - De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na Safra 2016/2017 Santa Filomena produziu:
136.133 toneladas de Soja (57.929 ha); 59.350 toneladas de Milho (8.464 ha); e
3.750 toneladas de Arroz de Sequeiro (1.965 ha), além de Feijão, Mandioca, Fava
e Cana. A receita estimada (PIB Nominal) é de R$ 170.907.649,96.
19ª
ECONOMIA DO PIAUÍ? - O município de Santa Filomena
avançou quatro posições no ranking de arrecadação do ICMS no Piauí e está entre
os 19 municípios que mais arrecadam como o imposto. Conforme os índices
provisórios de participação dos municípios na arrecadação do ICMS, divulgados
pela Secretaria da Fazenda do Estado – SEFAZ-PI, entre 01/01/2017 e 14/08/2017,
Santa Filomena obteve crescimento, passando da 23ª posição em 2013 (Repasse
total de R$ 3.193.981,10 em 12 meses) para o 19º lugar em 2017 (Repasse de R$
3.235.895,19 em 7 meses e 14 dias).
Do total arrecadado de ICMS pelos Estados, 75% ficam com o Governo do Estado e 25% são distribuídos entre os 224
municípios piauienses. Esse índice é que determina quanto cada município
receberá. O critério de maior peso no cálculo, com 75% de participação, é o
valor adicionado das empresas dos segmentos de indústria, comércio,
agropecuária e setor de serviços.
Outros critérios que são levados em
consideração por ocasião da distribuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) são área territorial do
município (7%), população (7%), número de propriedades rurais (5%),
produtividade primária (3,5%), relação inversa ao valor adicionado fiscal e
renda per capita (2%) e Programa de Integração Tributária (0,5%).
CONCENTRAÇÃO
DE RENDA - Realizado pela ONU, o IDH 13 demonstra claramente que em Santa Filomena - a 19ª maior
economia do Piauí - equivalente a 0,544 (BAIXO DESENVOLVIMENTO HUMANO) está havendo apenas "crescimento econômico", que é diferente de "desenvolvimento econômico". Assim, o município mais ocidental do Piauí ficou em
175º lugar no Estado (à frente de 49 outras cidades, como: Currais, Luis Correia, Riacho
Frio, Acauã, Guaribas e Jaicós) e foi à humilhante posição 5.277, entre os 5.565 municípios do Brasil. Somente 288 cidades estão em pior situação.
Como pode o 19º município mais rico do Piauí ser, ao mesmo tempo, o 289º pior lugar para se viver no Brasil? Sinceramente, tá difícil de entender!
Entretanto, três quartos (3/4), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas
operações relativas à circulação de mercadorias e serviços, realizadas nos
próprios municípios. Ou seja; o agronegócio,
que iniciou suas atividades no cerrado de Santa Filomena no final da década de
1970, vem ao longo das décadas se consolidando como a locomotiva da economia
filomenense.
Mas temos um dos IDH’s mais
baixos do Brasil, comparável ao de Melgaço (PA), o pior índice: 0,418. Estamos atrás dos municípios vizinhos: Bom Jesus (0,668), Corrente (0,642), Alto Parnaíba (0,633), Tasso Fragoso
(0,599), Monte Alegre (0,576), Parnaguá (0,575), Cristalândia (0,573) e Gilbués
(0,548).
A medição do desenvolvimento
humano considera três dimensões relevantes para
a expansão das liberdades das pessoas: “a oportunidade de se levar uma vida
longa e saudável – saúde –, ter acesso ao conhecimento – educação – e poder desfrutar de um padrão de vida digno – renda”.
CARTÃO-POSTAL! Cais de Santa Filomena e Praça da Beira-Rio vistos da vizinha cidade de Alto Parnaíba |
Resumindo, o IDHM 0,544 (de quatro anos atrás, é bem verdade, mas, convenhamos, o cenário parece ser o mesmo de anos passados) mostra, a olhos nus que, apesar dos 152 anos de história, o
povo de Santa Filomena está vivendo sem acesso digno à saúde, à educação e ao emprego.
Que os governantes
consigam melhorar a expectativa de vida das pessoas, lhes proporcionando uma
vida longa e saudável, dando condições de saúde, oferecendo serviços de saneamento
ambiental aos seus munícipes.
Elevar a escolaridade de crianças
e adultos, economicamente ativos, é um dever das Prefeituras Municipais. Incentivar e
promover o crescimento econômico do município, visando aumentar a renda per
capita e, conseqüentemente, o padrão de vida da população, são os objetivos a
serem perseguidos pelo município de Santa Filomena. Vamos à luta, com urgência.
IMAGENS: Carlos Biah, Dhiancarlos Pacheco, Erivaldo Araújo, Pablo Avelino.
FONTES: ROTEIRO
CRONOLÓGICO DO ESTADO DO PIAUÍ (Wilson Carvalho Gonçalves); Prefeitura
Municipal de Santa Filomena; Câmara Municipal de Santa Filomena; Manoel
Cícero de Sousa; Lúcia de Fátima Maia de Sousa; Ana Célia Pereira de Oliveira;
Dulfe Lustosa Nogueira; Odilon
Nunes; Lindolfo do Amaral Almeida; IBGE; PNUD; Casa da Cultura (Corrente-PI);
Nilton Neres Bezerra; Fenelon
Lustosa do Amorim; José Alves Ferreira (Zé de Carreta); Jackson da Cunha
Nogueira (Corrente-PI); Raimundo
Nonato Nogueira Duailibe; Carmem Espinar Gual Avelino; ADAPI e EMATER-PI.
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