De acordo com a versão preliminar do Plano Decenal (2011-2020) de Expansão de Energia (PDE), o governo deve leiloar ainda este ano oito projetos hidrelétricos, que representam cerca de 10% do volume de energia nova que deve começar a ser gerada dentro de cinco anos. Até o momento, entretanto, apenas dois projetos têm a documentação necessária para ir a leilão: Cachoeira e Estreito. Essas usinas deverão ser construídas no Rio Parnaíba, na divisa do Piauí com o Maranhão, e poderão gerar até 119 MW de eletricidade.
Até 2016 está prevista a construção das hidrelétricas Ribeiro Gonçalves e Uruçuí, também no rio Parnaíba. Já a de Castelhano tem previsão para ser concluída em 2017, segundo infográfico divulgado pela Agência Estado e publicado no jornal O Estado de S. Paulo, edição de ontem, sábado (04).
A maior hidrelétrica prevista para entrar em operação entre 2016 e 2020 é a de São Luiz do Tapajós. A usina terá capacidade de produzir até 6.133 MW de energia e faz parte do grupo de três empreendimentos que serão leiloados em 2012. Além de sua potência, a usina tem outro diferencial: será o primeiro projeto de usina-plataforma a ser ofertado pelo governo. A hidrelétrica funcionará como uma plataforma de petróleo em alto-mar, com revezamento de equipes de operação e impacto ambiental reduzido durante a construção.
Além das novas usinas, o governo conta com a conclusão das hidrelétricas que já estão em obras ou prestes a começar para garantir o aumento de geração necessário para atender ao crescimento no consumo de eletricidade previsto para o período, de 4,9% ao ano.
Neste pacote está incluída Belo Monte, que recebeu esta semana a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o início efetivo de sua construção. A usina, que será construída no Rio Xingu (PA), poderá produzir até 11.233 MW de eletricidade e deve começar a operar a partir de fevereiro de 2015. Na área de transmissão, o plano decenal prevê R$ 46 bilhões em investimentos.
Pré-sal - O setor de petróleo e gás deve receber R$ 686 bilhões em investimentos. "Espera-se que no próximo decênio a produção nacional de petróleo e gás natural seja duplicada, com a contribuição do pré-sal atingindo cerca da metade dessa produção até 2020", afirma o governo no documento.
No segmento de biocombustíveis, a projeção de investimentos é de R$ 97 bilhões. A expectativa do governo é que a demanda de etanol será plenamente atendida pela expansão da oferta, que será garantida pelo aumento da área de plantio de cana-de-açúcar e ampliação da capacidade de produção das usinas que já operam no País, além da implantação de novas unidades.
"Neste contexto, vislumbram-se empreendimentos direcionados a facilitar e reduzir os custos de transporte e armazenagem de etanol", explica o governo no texto, que foi colocado pelo Ministério de Minas e Energia em consulta pública até 1o de julho. A versão final do PDE deve ser conhecida ainda no segundo semestre do ano.
Nova licença. Depois do sinal verde dado para a construção de Belo Monte, o Ibama liberou ontem a licença de instalação da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, que será construída na divisa entre o Amapá e o Pará.
"Os impactos socioambientais serão muito reduzidos por se tratar de uma região de baixa densidade demográfica com plantios de eucaliptos", informou o instituto. "Boa parte da área onde será construída a usina pertencia ao antigo Projeto Jari, concebido para fabricar papel. Para a instalação do canteiro de obras, por exemplo, não haverá necessidade de supressão de nenhum hectare de floresta nativa. Também não haverá desapropriação de ribeirinhos", acrescentou o Ibama.
A hidrelétrica terá capacidade de produzir cerca de 373 megawatts (MW) de energia, de acordo com o Ibama. O projeto da usina foi incluído na primeira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
Fonte: Agência Estado
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