sábado, 28 de janeiro de 2012

População de Tasso Fragoso se revolta com baixa qualidade de obra do PAC

A população de Tasso Fragoso, cidade posicionada no sul do Maranhão e à margem esquerda do Rio Parnaíba, está revoltada com a baixa qualidade dos serviços que vem sendo executados na implantação da 2ª etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário.

O valor do mencionado empreendimento do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), objeto do contrato 0.56.00/2010, é de R$ 4.258.530,58 (Quatro Milhões, Duzentos e Cinquenta e Oito Mil, Quinhentos e Trinta Reais e Cinquenta e Oito Centavos). Com prazo de duração estimado em 300 dias, o interminável projeto de Saneamento Básico da cidade de Tasso Fragoso começou em junho de 2010 e deveria ter sido concluído em abril de 2011.

Devido à situação, foi formada uma comissão com autoridades municipais e representantes da sociedade civil, a fim de se fazer uma avaliação dos trabalhos já realizada pela empresa OPSIS na cidade vizinha de Alto Parnaíba, e constataram que por lá ninguém está satisfeito, visto que a obra não atende o mínimo dos anseios daquela comunidade.

Os moradores da progressista Tasso Fragoso estão cansados de tanto descaso, onde o que se vê são lama, buracos, poeira, acidentes com pessoas idosas e, como não poderia ser diferente, críticas por parte de visitantes e/ou pessoas em trânsito. Na verdade, as ruas se transformaram em atoleiros de automóveis, em lugares inacessíveis, obrigando os habitantes a serem prisioneiras dentro das próprias casas.

Reunidos no plenário da Câmara Municipal, representantes dos poderes constituídos estiveram debatendo o assunto, numa calorosa discussão, envolvendo o poder executivo, ali representado pelo prefeito, Antonio Carlos Rodrigues Vieira, e pelos secretários municipais Melciades Tavares e Ademar Paes, bem como o poder legislativo, que se manifestou através do seu presidente, vereador José Dorierson Ribeiro.

Participaram ainda da audiência: Maria Reginalda da Silva Sales Vieira (Primeira Dama), Francisco Antonio de Melo (CODEVASF), Éverton Luiz Germiniani (engenheiro civil da OPSIS), Geraldo Abreu (Associação Comercial) e Adailton Guimarães Fialho (Sociedade Civil).

“Não entendemos o porquê de tanto descaso, já que é uma obra que envolve muito dinheiro; mas a empresa contratada está oferecendo um serviço horroroso. Estamos indignados com tudo isso e exigimos mais respeito, dignidade, transparência e que deixem a cidade pelo menos do jeito que a encontraram”, reclama Lirô Guimarães.

Dentre os vários questionamentos, estão a baixa qualidade do recapeamento asfáltico, que é ruim e muito mal acabado. O próprio engenheiro da CODEVASF, Francisco Antonio de Melo, admitiu isso ao dizer que a culpa era do asfalto frio (que não se solidifica pelo fato de sua composição conter detergente, que acaba inibindo essa ação, apesar de custar o dobro).

Indagado se tinha um laboratório onde seria feito o teste de qualidade, ele explicou que o exame era realizado a cerca de 230 quilômetros da cidade receptora do empreendimento.   “Se quiserem um asfalto melhor, o valor em dinheiro tem que ser revisto”, falou o servidor do Governo Federal.

“E os bloquetes? Até já foram apelidados de sonrisal, não desmerecendo o santo remédio, pois se desmancham com a chuva”, gritou um dos populares presentes à reunião. Além disso, os bloquetes colocados estão desnivelados e quebrados. “É uma vergonha se compararmos com aqueles que foram feitos a cerca de 30 anos. Parece que não usam nem cimento, ou então o cimento está vencido. Nós vamos aceitar isso”, observou Lirô Guimarães.

Outra polêmica apontada por Aguinaldo Guimarães Fialho se relaciona às caixas de esgoto e aos meio-fios, que parecem ser feitos somente com areia, não existindo uma barra de ferro sequer. Por esse motivo, a maioria já quebrou e  terão que ser refeitos.

Em resumo, ficou combinado que as obras ficarão paradas até que uma comissão anote todos os problemas relacionados à rede de saneamento básico de Tasso Fragoso (MA) e reivindiquem junto à superintendência da CODEVASF, em Teresina (PI). Além disso, a Prefeitura Municipal só receberá a obra mediante a satisfação da comunidade.

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