sábado, 20 de agosto de 2011

Avança a produção de algodão no Piauí, diz levantamento do IBGE

A Fazenda Nova Fronteira, no município de Santa Filomena,
foi pioneira na produção de algodão no cerrado piauiense
A área plantada com algodão no Piauí, nos últimos doze meses, deu um salto espetacular. Passou de 4.847 hectares em 2010, para 13.997 hectares este ano. O incremento foi de 188,77%. A produção esperada é de 56.494 toneladas, com uma produtividade média de 4 toneladas por hectares de algodão em caroço. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.

Para dar suporte ao avanço dessa produção, a Embrapa Meio-Norte está testando, entre cultivares e linhagens de algodão, 38 materiais em Teresina, São João do Piauí e Bom Jesus, no Piauí; e em São Raimundo das Mangabeiras, Colinas e Mata Rosa, no Maranhão. O estudo busca identificar os melhores materiais para recomendar aos produtores da região.

O pesquisador José Lopes Ribeiro, responsável pelas pesquisas, trabalha para identificar a melhor produtividade e as boas características das fibras, como comprimento e resistência, por exemplo. O estudo foca a produção de fibra à indústria têxtil, produção de óleo, além da torta como subproduto, usada no preparo de rações destinadas à alimentação animal.

O regime de chuvas durante seis meses, com período seco na
colheita, favorece uma produção de altíssima qualidade
"Esse é um trabalho contínuo que já vem desde 1993, nos cerrados do Piauí e Maranhão, com o objetivo de melhorar cada vez mais a produção de algodão na região", lembra o pesquisador. Segundo ele, 16 cultivares de algodão, todas desenvolvidas pela Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, na Paraíba, já foram lançadas e recomendadas para o Meio-Norte, uma das sub-regiões do Nordeste do Brasil.

José Lopes Ribeiro diz que os cerrados do Piauí e Maranhão exibem aptidão para o cultivo do algodoeiro herbáceo. Uma das âncoras dessa aptidão, no entender do pesquisador, são as "excelentes condições de solo e clima", que possibilitam as práticas culturais mecanizadas. O regime de chuvas durante seis meses, com o período seco na época da colheita, favorecem uma produção de alta qualidade, tanto no comprimento quanto na resistência da fibra.

Em julho de 2011, foram lançadas duas novas cultivares de algodão herbáceo: a BRS 335 e a BRS 336. A BRS 335 apresenta boa produtividade, porte baixo e ciclo médio. Já a BRS 336 é recomendada para os biomas Cerrado e Semiárido, cuja principal característica é a qualidade da fibra que varia de 32 a 34 milímetros.


Fonte: Jornal Agrosoft

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