Apesar do apagão logístico que parece nunca ter fim em Santa Filomena, o município mais ocidental e a quinta maior grandeza do território piauiense, com seus 5.391km2, consegue crescer economicamente de forma gradual, graças à força que vem do campo, impulsionada pelo cultivo de arroz, algodão, milho e soja.
O agronegócio é o motor dessa economia crescente, registrando importantes avanços quantitativos e qualitativos, se apresentando como setor de grande capacidade empregadora e geradora de renda, preenchendo a enorme lacuna deixada pela ausência do Poder Público ao longo de sua história.
Para que se tenha idéia da expressiva participação do município na economia estadual, dados da Secretaria Estadual de Fazenda (SEFAZ-PI), tendo como referência os repasses de ICMS no mês de março de 2011, mostram que Santa Filomena é a 5ª economia agrícola, perdendo apenas para Uruçuí, Baixa Grande do Ribeiro, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves.
Na safra agrícola 2010/2011, aproximadamente 130 mil toneladas de soja foram produzidas na região de Santa Filomena. Para tanto, mais de 3.000 carretas estão sendo utilizadas para transportar a safra, cada uma com 40 toneladas. Isso representa quase 11% da produção total de soja no Estado do Piauí, estimada em 1.270.000 toneladas.
Entre os 224 municípios do Piauí, Santa Filomena já é a 22ª maior economia estadual. O repasse do ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do mês de março passado foi de R$ 150.579,53 (Cento e Cinquenta Mil, Quinhentos e Setenta e Nove Reais e Cinquenta e Três Centavos).
Conforme a lista de repasse de ICMS (o artigo 158 da CF determina que 25% do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadoria e serviços pertencem aos municípios), publicado no site da Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí, as Prefeituras que mais receberam no mês de março foram, pela ordem decrescente:
Teresina – R$ 18.373.833,16; Uruçuí – R$ 1.529.472,42; Parnaíba – R$ 1.294.076,28; Picos – R$ 1.154.651,06; Floriano – R$ 899.674,96; Guadalupe – R$ 851.051,68; Fronteiras – R$ 625.620,81; Campo Maior – R$ 432.063,08; Baixa Grande do Ribeiro – R$ 419.694,84; Piripiri – R$ 390.385,59; Bom Jesus – R$ 382.407,53; União – R$ 332.943,33; São Raimundo Nonato – R$ 259.757,37; Altos – R$ 255.710,43; Oeiras – R$ 244.828,97; Ribeiro Gonçalves – R$ 218.416,42; Esperantina – R$ 213.225,20; Corrente – R$ 198.577,45; Barras – R$ 175.510,36; Piracuruca – R$ 164.164,96; Pedro II – R$ 156.816,05; e Santa Filomena – R$ 150.579,53.
O repasse de recursos do ICMS para Santa Filomena oscilou de R$ 41.350,21 (março/2004) para R$ 150.579,53 (março/2011). Em sete anos, houve aumento de 264%, fazendo com que o município saltasse do 30º lugar para a 22ª posição na transferência de arrecadação em todo o Piauí, deixando para traz cidades como Canto do Buriti, José de Freitas, Paulistana e São João do Piauí.
Mesmo com esses invejáveis índices econômicos, os heróicos agricultores de Santa Filomena enfrentam problemas de toda ordem. A quase inexistência de infraestrutura logística está prejudicando a expansão da produção de grãos, deixando milhares de hectares de terras economicamente inativos.
Faltam redes de eletrificação na zona rural e estradas decentes para escoar a produção agrícola, embora haja a expectativa de começarem ainda em 2011 as obras de implantação/pavimentação da rodovia BR-235/PI, trecho entre Santa Filomena e Gilbués.
Mas por enquanto, tudo não passam de meras promessas. Nunca é demais lembrar que Santa Filomena sempre foi tratada com grande descaso pelos governos estadual e federal. E, como diria o adágio popular, "gato escaldado tem medo de água fria". Assim, o filomenense (nativo ou adotivo) está feito São Tomé: tem que ver - a estrada - para crer.
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