domingo, 21 de agosto de 2011

Vinte e dois anos sem o nosso ídolo Raul Seixas

22 anos sem Raul Santos Seixas, o ídolo de várias gerações
Em 21 de Agosto de 1989, Raul Sexas se foi, aos 44 anos de idade, tendo como causa da morte uma parada cardíaca, que foi provocada por uma pancreatite aguda, resultante do alcoolismo e agravado pela diabetes.

Foi numa segunda feira, às 9 horas da manhã. Raul Santos Seixas, meu maior ídolo, partiu na sua nave espacial para encontrar "o seu moço do disco voador"; partiu numa "metamorfose ambulante", levado pelo "trem das sete". Face à falta de insulina, uma paragem cardiorespiratória calou e paralisou a "areia da ampulheta".

Uma perda irreparável para a música brasileira. Gênio, poeta, louco, contestador, irreverente, Raulzito era 100% rock`n`roll, de corpo e alma. Filho do casal Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, Raul cresceu numa Salvador um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade que passava ao largo da capital baiana.

Raul Seixas fundiu o tal rock'n roll com todas as variações rítmicas brasileiras, do xote ao baião, ajudando a criar a cara do rock nacional. Raul falava dele mesmo; tudo o que ele disse ou cantou eram coisas que ele acreditava. Ele era sincero.

Além de cantor e compositor, também foi produtor musical da gravadora CBS durante sua estada no Rio de Janeiro, por vezes chamado de "Pai do Rock Brasileiro" e "Maluco Beleza". Sua obra musical é composta de 21 discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como "Let Me Sing, Let Me Sing".

Seu álbum de estreia, Raulzito e Os Panteras (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Os Panteras, mas só ganhou notoriedade crítica e de público com as músicas de Krig-ha, Bandolo! (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante". Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como a Sociedade Alternativa apresentada em Gita (1974), influenciado por figuras como Aleister Crowley.

Krig-ha, Bandolo!: Primeiro disco solo de Raul Seixas
Raul se interessava por filosofia (principalmente metafísica e ontologia), psicologia, história, literatura e latim e algumas crenças dessas correntes foram muito aproveitadas em sua obra, que possuía uma recepção boa ou de curiosidade por conta disso. Ele conseguiu gozar de uma audiência relativamente alta durante sua vida, e mesmo nos anos 80 continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum! (1987) e A Panela do Diabo (1989), esse último em parceria com Marcelo Nova, e sua obra musical tem aumentado continuamente de tamanho, na medida que seus discos (principalmente álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos últimos quarenta anos.

Em outubro de 2008, a revista Rolling Stones promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul Seixas figurando a posição 19ª, encabeçando nomes como Milton Nascimento, Maria Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. No ano anterior, a mesma revista promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde seu Krig-ha, Bandolo! de 1973 atingiu a 12ª posição, demonstrando que o vigor musical de Raul Seixas continua a ser considerado importante hoje em dia. Suas letras continuam atuais e igual a ele ou ao menos próximo, nunca mais veremos.

O inesquecível “Maluco Beleza” estaria hoje com 66 anos e, provavelmente, continuaria doidão e sendo a mosca na sopa de muita gente por aí.

Pois é; "quem não tem colírio usa óculos escuro" e com certeza eu também "prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Enfim, “controlando a minha maluquez” e “misturando com minha solidez”, deixo aqui minha modesta homenagem ao grande Raul Seixas. Assim como ele, não quero ficar com a “boca escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar”.

”A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal”. Valeu, Raulzito !!!


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