sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cultivo do arroz de sequeiro cai de forma acentuada no cerrado do Piauí

No cerrado do Piauí, onde a ocupação se iniciou nos anos 1970, mais precisamente no lugar Baixa Serena, a 40 quilômetros da cidade de Santa Filomena, o cultivo de arroz de sequeiro vem caindo de forma acentuada, cedendo espaço à soja, ao milho e ao algodão herbáceo.

Como ocorre no centro-sul do País, o arroz de sequeiro no estado do Piauí também passou a ser plantado apenas em pequenos talhões e cultivado quase que exclusivamente para a manutenção das próprias fazendas produtoras de soja.

O cultivo do arroz de sequeiro por ser de alto risco - devido a práticas culturais inadequadas e aos veranicos, que provocam queda no rendimento médio - e por isso vem desestimulando os produtores, fazendo com que seu plantio seja diminuindo.

Assim o arroz, produzido sob condições de sequeiro, cultivado em grande parte para abertura de novas áreas agrícolas, situadas em solos pobres em nutrientes e com baixa capacidade de retenção de água, está desaparecendo da paisagem.

Embora os pesquisadores venham desenvolvendo programas de melhoramento do arroz de sequeiro, visando a obtenção de novas cultivares, com ênfase à resistência à seca, à brusone, ao acamamento e à qualidade de grãos, além de outros atributos agronômicos necessários a uma produtividade razoável e estável, a cultura passou a ser inviável economicamente.

Quem explica melhor tudo isso que está acontecendo é o agricultor e atual prefeito de Santa Filomena, Esdras Avelino Filho, que juntamente com seu primo Antonio Luis Avelino Filho implantou, no ano de 1976, o primeiro projeto de arroz de sequeiro no sudoeste do Piauí, que pela primeira vez ao longo desses 36 anos, preferiu plantar soja e não o tradicional arroz.

“Este ano só plantei 10 hectares e arroz, apenas para a manutenção da Fazenda. O restante da área foi plantado com soja”, informa Esdras Avelino, acrescentando que sai mais em conta comprar do que produzir arroz. “Com 500 sacas de soja, que podem ser colhidas em cerca de oito hectares, eu posso comprar 1.000 sacas de arroz, que só poderiam ser produzidas em 25 hectares, no mínimo”, pontifica.

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