segunda-feira, 25 de abril de 2011

Por que o Maranhão não se chama Sarneylandia?

Para se ter uma idéia de como o Maranhão sofre com a influência dos Sarney, vale reproduzir informes sobre os nomes de várias instituições e até estradas no vizinho Estado. E bota influência nisso.

Segundo matéria publicada no Blog O Esquerdopata (http://esquerdopata.blogspot.com) e em outras páginas virtuais, para trazer um filho ao mundo, o cidadão maranhense pode escolher o Hospital Marly Sarney ou a Maternidade Marly Sarney.

Para morar, o povo timbira pode escolher uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney. Também tem à disposição uma imensidade de endereços “enobrecidos” pelo sobrenome famoso na capital, São Luís, e em várias cidades do Estado: Rua José Sarney, Rua Marly Sarney, Rua Fernando Sarney, Travessa Roseana Sarney, Avenida Governadora Roseana Sarney, Avenida José Sarney, Avenida Senador José Sarney, Avenida Sarney Filho e duas Travessas José Sarney, uma delas no mesmo bairro de São Luís, onde fica a maternidade Marly Sarney.

Para estudar, é possível se eleger entre as Escolas Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney ou mesmo a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Maranhão, cujo dono se pode adivinhar quem seja.

Até a sede do 1º Juizado Especial Criminal de São Luis, situada na Av. Professor Carlos Cunha 3676 – Jaracaty, leva o nome do Desembargador Sarney Costa, pai de José Sarney.

Não gostou de nada disso? Então, quer reclamar? Vá ao Fórum José Sarney e procure a Sala de Imprensa Marly Sarney. Se informe e se dirija à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney.

Para saber sobre as contas públicas, vá ao Palácio Governadora Roseana Sarney Murad, sede do TCE-MA (batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor) .

Para se informar, o cidadão tem à disposição o jornal O Estado do Maranhão, a TV Mirante (afiliada da Rede Globo de Televisão), as rádios Mirante AM e FM, e mais 35 emissoras de rádio e 13 retransmissoras da TV Mirante espalhadas pelo território timbira.

Agora, quem quiser escapar desses domínios feudais, pode pegar a Avenida Presidente José Sarney, passar pela ponte José Sarney, se dirigir à Rodoviária Kyola Sarney e fugir para o Brasil. O problema é fugir para Brasília, onde se estende um vasto território já dominado pelas forças da Sarneylândia.

Ou, se preferir, pegar um ônibus caindo aos pedaços, andar algumas horas pelas rodovias maranhenses e aportar na cidade José Sarney.

Ainda sobre o tema, a Revista Época publicou em julho de 2007 reportagem destacando os nomes da Família Sarney nos edifícios, escolas e vários outros pontos da capital maranhense, dizendo ser "difícil andar por São Luís e não esbarrar com placas e letreiros com o sobrenome Sarney". Em apenas um dia, Época encontrou 12 lugares em São Luís que levam o nome de alguém da família Sarney.

Mas, como disse o filósofo e diplomata francês Joseph De Maistre (1753-1821), crítico fervoroso da Revolução Francesa, “Cada povo tem o governo que merece”. Portanto, temos que respeitar a vontade da maioria do povo maranhense, que possui o sagrado direito de escolher seus legítimos representantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário