A Câmara de Santa Filomena, município situado no sudoeste do Piauí, reprovou na sessão ordinária de 20/12/2013, o Projeto de Lei nº 04/2013, de autoria do Executivo, propondo a isenção de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) para empreendimentos habitacionais vinculados ao “Minha Casa, Minha Vida”, destinados a famílias de baixa renda.
A proposta, que deveria ter sido aprovada até o final de 2013, visava criar mecanismos de incentivo à produção e à aquisição de novas unidades habitacionais por famílias com renda mensal de até três salários mínimos, já que o Governo Federal tem desenvolvido programas sociais tentando diminuir o déficit habitacional em todo o país, e não seria diferente, também, no município de Santa Filomena, onde os cidadãos poderiam ter direito a uma moradia digna, principalmente na zona rural, condição básica para o exercício da cidadania plena.
Conforme reza o artigo 72, I, G do Regimento Interno, a deliberação seria tomada por 2/3 (dois terços) dos 9 (nove) membros da Câmara Municipal. Ou seja; necessitava de 6 (seis) votos favoráveis. Mas apenas 4 edis votaram a favor da matéria encaminhada pela Prefeitura.
Imagem: José Bonifácio/GP1
Um dos edis não compareceu à última Sessão Ordinária 2013 da Câmara de Santa Filomena.
E o presidente da Casa, conforme o Regimento Interno, só pode votar em caráter excepcional, como: desempate no número de votos favoráveis ou contrários da matéria; ou quando a matéria exigir quórum de dois terços dos membros da Câmara para aprovação.
Segundo o prefeito Esdras Avelino Filho (PTB), que lamentou profundamente a rejeição da matéria, que começou a ser discutida na Casa Legislativa desde o dia 1º de Agosto de 2013, a isenção do imposto é um dos critérios exigidos pela Caixa Econômica Federal para construção das casas populares. “Eu tenho minha casa, os vereadores também tem suas casas próprias. Os prejudicados não somos nós, mas a imensa maioria da população do interior de Santa Filomena, que ainda mora em casa construída com adobes e coberta com palhas”, disse.
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Câmara rejeitou proposta da Prefeitura de Santa Filomena, que isentava o ISSQN, um dos críterios exigidos pela Caixa
Cada moradia dessas sairia por aproximadamente R$ 25 mil e cerca de 500 famílias estavam cadastradas no Programa “Minha Casa, Minha Vida” em todo o município de Santa Filomena, embora não signifique dizer que todas elas seriam beneficiadas.
Estímulo Fiscal - Todos os municípios que quiserem fazer parte do programa de habitação que está em execução pelo Governo Federal deverão se comprometer a isentar as empresas construtoras do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e reduzir de 2% para 1% o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) para as construções.
O Rio de Janeiro (RJ) foi um dos primeiros entes federados a assinar o “Termo de Adesão”, garantindo a desoneração dos tributos, depois que o prefeito Eduardo Paes participou, ainda no início de 2009, de reunião com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Márcio Fortes, das Cidades, e Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil do presidente Lula.
Imagem: José Bonifácio/GP1
“Isso não significa renúncia de receita, porque se não fizéssemos isso, essas construções não aconteceriam. Além dos ganhos sociais, os municípios têm um ganho direto enorme, inclusive sob o ponto de vista tributário. Portanto, não há nenhuma perda”, afirmou Eduardo Paes.
"É legítimo o incentivo proposto, na medida em que desonera o custo final do serviço e estimula os empreendedores particulares ao desempenho de uma atividade de grande proveito social", argumentou o atual prefeito de Porto Alegre (RS), José Fortunati (PDT).
Resumindo, em todo lugar é assim, de norte a sul, de leste a oeste. Os recursos são do Governo Federal, mas as Prefeituras, como em Cocal (PI), são responsáveis pela doação do terreno, pela isenção de impostos (ISSQN) - só quando estão autorizadas pelas Câmaras de Vereadores - e pela criação da infraestrutura básica (redes de água e de energia elétrica).
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