sábado, 12 de novembro de 2011

Algodão produzido no Piauí se perde pelas estradas durante o transporte

Quem passou pela MA-006 deve ter percebido o desperdício de algodão
Estimativas apontam que o consumo anual de alimentos no mundo é de 375 milhões de toneladas e a maior parte dele provém das plantas. Considerando que 10% dos vegetais são consumidos 'in natura' e que outros 10% desses vegetais são de folhas e talos aproveitáveis na alimentação e são jogados fora, tem-se um desperdício de quase 4 milhões de toneladas.

O desperdício se dá em todas as fases da produção, desde o seu plantio e colheita, até o destino final. No Brasil, autoridades do setor primário calculam que 20% de toda a safra se perdem durante a colheita, enquanto que outro tanto desaparece durante o transporte.



O enorme desperdício se deve ao transporte em embalagens inadequadas
Quem passou nos últimos dias pela estrada Gilbués/Santa Filomena (BR-235/PI), no sudoeste do Piauí, ou viajou pela rodovia MA-006 (Alto Parnaíba/Balsas), percebeu o enorme desperdício de algodão em pluma - que não é alimento, claro! - devido ao transporte inadequado, sem nenhum sistema de vedação para evitar tais perdas.

É impossível alguém afirmar quantas arrobas do nosso ouro branco já beneficiadas foram jogadas à beira daquelas vias, já que em alguns trechos da BR-235, próximo à cidade de Santa Filomena, a estrada ficou literalmente “asfaltada” com mantas de algodão (gênero Gossypium, família Malvaceae).



A estrada de Santa Filomena ficou literalmente "asfaltada" com algodão
Certamente, mais de 10 por cento da malvácea foram jogados fora. E olha que a ‘quebra’ máxima permitida durante o transporte é de 0,25% da carga, conforme previsto na nota de prestação de serviço das transportadoras. Se a perda for superior, a diferença é descontada do valor do frete.

Ou seja; a média de perda por carga transportada é de 60 quilos do produto. Mas, por frete, no máximo 92,5 kg podem ficar à margem das estradas sem pesar no bolso das transportadoras, pois estão dentro do limite permitido em contrato.

O valor é calculado com base no transporte de 37 mil kg de grãos, que é a capacidade de uma carreta bitrem, veículo mais utilizado no transporte da safra agrícola na região. Todavia, independentemente de quem fica ou não com o prejuízo, é inadmissível que tal fato ocorra, não apenas no Piauí, mas principalmente em Santa Filomena, onde tudo é conseguido com elevado grau de dificuldade.

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