Ibama nega licença para hidrelétrica que faria desaparecer São Félix de Balsas

Vista panorâmica da cidade de São Félix do Balsas, que pode
desaparecer com a construção da Hidrelétrica de Uruçuí

O Ibama negou à Companhia Hidrelétrica do São Francisco o pedido de licença prévia para uma hidrelétrica do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) na divisa do Maranhão com o Piauí. A Chesf tem 10 (dez) dias de prazo para recorrer.

A decisão foi publicada ontem no “Diário Oficial da União” e assinada pela diretora de Licenciamento do Ibama, Gisela Damm. Segundo Damm, a usina de Uruçuí, no rio Parnaíba, terá “impactos ambientais de ampla magnitude, apontados no EIA-Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental), ainda que consideradas as medidas de compensação”.

O relatório aponta que a usina alagaria uma área grande demais em relação à energia elétrica gerada: seriam 279 quilômetros quadrados de reservatório para 134 megawatts de energia. É pouco mais de 1% da potência instalada da já polêmica Belo Monte, no rio Xingu, para um reservatório apenas 50% menor.

Segundo o relatório, a hidrelétrica afetaria uma área de cerrado nativo com várias espécies ameaçadas de extinção e levaria ao desaparecimento da cidade de São Félix das Balsas (MA), de cerca de 3.000 habitantes. A Chesf, estatal que está em greve, não comentou o assunto.

Nesta semana, o Ibama suspendeu também a licença da ferrovia Oeste-Leste. De acordo com o Ibama, a Valec, estatal do setor de ferrovias, não estava cumprindo as condições socioambientais apontadas na licença de instalação, concedida em novembro passado.

Fonte: Rádio Boa Notícia