quinta-feira, 30 de março de 2017

Ausência do Poder Público obriga cidadãos a construírem ponte sobre o Rio Taquara

Já que o Poder Público não atendeu às reivindicações, cidadãos se juntam e constroem ponte no Rio Taquara



Com 24,0 metros de extensão, 5,8 metros de altura máxima e 3,5 metros de largura, a ponte sobre o Rio Taquara, na localidade Ponta da Serra, distante 26 quilômetros da cidade de Santa Filomena, finalmente está sendo concluída a ponte que vai ligar a fértil margem esquerda do Taquara à BR-235/PI.

Na verdade, a margem esquerda do médio e baixo Rio Taquara tem sido esquecida por todas as administrações municipais de Santa Filomena. O último prefeito que pelo menos manteve uma estrada trafegável entre o Fervedor e o Brejo do Curral foi João Lustosa, há 18 anos, no tempo da Associação do Vale do Taquara, que era presidida pelo saudoso Elison Lopes de Sousa. De lá para cá, nada mais; só restou abandono e esquecimento.

Iniciada há quase 4 anos, esta obra está orçada em cerca de R$ 50 mil, segundo o marceneiro "Guerrinha"
Construída pelos senhores Osnni Avelino Vianna, Juarês Pereira de Morais e Celso dos Santos Alves (Guerrinha), com a ajuda dos vizinhos Marcelo Morais, Geraldo, Orlando e Bento, além de alguns outros, a obra, segundo o marceneiro Guerrinha, está orçada em cerca de R$ 50 mil. E ainda faltam as cabeceiras da ponte (cortes e aterros) e as vias de acesso às moradias de Orlando, Pedro Lopes, Marcelo, Juarês, Bento, Ricardo Lopes, Elismar, Damião, Mercês e da família de seu Ita, que tanto sonhou com a ponte.

A ponte foi erguida com poucos recursos financeiros e muita força de vontade, por iniciativa dos cidadãos Osnni Avelino Vianna, Juarês Pereira de Morais e Itamar Lima Lustosa (Seu Ita), com a ajuda de alguns amigos. A obra irá beneficiar a 'esquecida' margem esquerda do Rio Taquara, ligando às localidades Barra dos Patos, Buriti Escuro, Riacho da Areia e Coqueiro, região produtora de alimentos, que fica a 3 quilômetros da BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena) e a 26 quilômetros da cidade de Santa Filomena.

A ponte da Ponta da Serra tem 24 metros de comprimento, até 5,8 metros de altura e 3,5 metros de largura
A mão-de-obra da tão sonhada ponte, sob responsabilidade do senhor Celso dos Santos Alves, o “Guerrinha”, foi paga faz uns 4 (quatro) anos pelo engenheiro agrônomo Osnni Avelino Vianna, que lhe vendeu uma caminhonete Toyota Bandeirante, pelo valor de R$ 15 mil, ficando R$ 6 mil e 500 reais para serem pagos com o serviço da ponte da Ponta da Serra. 

Tudo começou faz uns cinco anos, quando em tinha uma loja de material de construção em Alto Parnaíba. Um dia chegaram lá Juarês e seu Ita, me pedindo uma colaboração para fazer essa ponte; me explicaram que havia sido prometida por um candidato a prefeito, que ganhou a eleição, mas que já tinham se passado quatro anos e nada da ponte, e que por causa disso eles tiveram a idéia de pedir patrocínios. Eu lhes disse que voltassem no dia seguinte para a gente conversar sobre o assunto”, conta Osnni Avelino.

Cabeceira da ponte na margem esquerda do Rio Taquara, que vai precisar de quase 10 metros de aterro


E continua Osnni Avelino Vianna: “No retorno deles, assumi o compromisso de fazer a ponte, sem imaginar que seria uma obra tão grande e em um lugar de difícil acesso. Então chamaram o Guerrinha e novamente me procuraram para conversarmos sobre o custo da mão-de-obra. E ficou acertado que eu pagaria a importância de R$ 6.500,00. Tive que vender uma Toyota Bandeirante ao Guerrinha, pelo valor de 15 mil reais, sendo que, dessa quantia, 6 mil e 500 reais ele me pagaria com a mão-de-obra da ponte”. 

Osnni Avelino - que honrou 100% do seu compromisso - conta ainda que logo no início do serviço, há quase 4 anos, ele comprou uma vaca por R$ 1.480 reais para alimentar os trabalhadores, quando a madeira começou a ser retirada na Vazante Grande e transportada em um caminhão que ele tinha ou no Buriti Escuro e carregada em carro-de-boi, distante uns 3 quilômetros.

OSNNI: "A idéia dessa ponte começou faz uns cinco anos, quando fui procurado por Juarês e seu Ita"


A gestão municipal anterior deu sua contribuição, embora pequena, diante da importância da obra: o transporte de 47 pranchas (vindas da Vazante Grande, região das Matas), pois a maioria da madeira foi retirada no Buruti Escuro e carregada em Carro-de-Boi pelos senhores Marcelo, Juarês e Geraldo; a administração Esdras Avelino contribuiu ainda com 20 sacos de cimento, pagou 20 diárias no serviço de fundação das estacas de sustentação (R$ 1.000,00) e cedeu 08 (oito) horas da Retroescavadeira da Prefeitura.

É importante registrar que diversas outras pessoas - não temos como citar nomes de todas - vêm ajudando, ao longo da construção, com pequenas contribuições (café, açúcar, arroz, chambaril... ). Entretanto, o pequeno agricultor Juarês Morais não tem mais como arcar com as outras despesas; inclusive, está devendo no açougue, na mercearia e em outros comércios.

FALTA MUITO, AINDA! Esperamos que a gestão Carlos Braga se sensibilize e ajude a esses cidadãos


Esperamos que o prefeito Carlos Braga se sensibilize com a causa desses cidadãos e contribua muito mais com essa importante obra. É o mínimo que se pode aguardar. Afinal de contas, ainda faltam as cabeceiras da ponte e as estradas, que irão possibilitar o escoamento da produção agrícola da área.

SINAL VERDE! E segundo assessores e pessoas mais próximas do prefeito Carlos Braga, como o vereador licenciado e secretário municipal de Educação, professor Tony Santos, o Dr. Carlos acaba de sinalizar que irá oferecer todo o apoio que for necessário, a fim de que o sonho dos moradores da margem esquerda do Médio Rio Taquara se concretize por completo.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário