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sábado, 24 de março de 2018

Produtores da Serra da Fortaleza não têm estrada nem ponte, mas pagam impostos


Por essa estrada vicinal, estreita, cheia de curvas e com ladeiras íngremes, deverão passar 3.430 BITREM's
Todo início de safra e escoamento da produção é assim, tanto na Serra da Fortaleza, município de Santa Filomena, quanto em todo o cerrado piauiense: cadê, então, as estradas sempre prometidas pelos governos do Piauí?

A verdade é que o agronegócio do sudoeste do Piauí continua sem estradas, apesar do potencial produtivo da região. É pura retórica, só discurso!

Pergunta-se: até quando os agricultores da Serra da Fortaleza, que geram centenas de empregos e são responsáveis pela metade dos grãos produzidos em Santa Filomena, vão ouvir promessas dos nossos representantes?

E o drama se repete, a cada ano: agricultores têm que arcar com os custos de manutenção da estrada vicinal
Cansados de ver parte da produção ficar, literalmente, no meio do caminho, devido às péssimas condições da estrada por onde são escoadas a soja e o milho ali produzidos, os agricultores da Serra da Fortaleza unem forças e deflagram, por conta própria, a Operação Tapa-Buracos, em mais de 40 quilômetros da estrada vicinal que dá acesso à cidade de Tasso Fragoso (MA), rumo às tradings (empresas que têm o papel de intermediar negociação entre produtores e compradores nacionais e internacionais), armazéns situados nos municípios de Tasso Fragoso e/ou de Balsas.

MAIS UMA SUPER SAFRA - Para a safra 2017/2018, levantamento realizado ainda em dezembro, pelos agentes Donadson Paraguassu de Sousa e Ígor Luan de Sousa Amorim, da agência do IBGE de Corrente (PI), dizia que os 56.155 hectares de soja cultivados no município de Santa Filomena deveriam produzir 172 mil toneladas, com produtividade média de 3.069 kg/ha.

Diariamente se vê caminhões atolados ou "enguiçados" no meio da ladeira do Chapéu, rebocados por tratores
Já a safra de milho chegaria a 64.800 toneladas, colhidas em 6.940 hectares, alcançando a produtividade média acima de 9.000 quilos por hectare.

De um total 63.000 hectares plantados no município de Santa Filomena, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 35 mil hectares (55%) se concentram na Serra da Fortaleza. Em assim sendo, somente a APROFORT (Associação dos Produtores Rurais da Serra da Fortaleza) deverá colher 130 mil toneladas de soja e milho, suficientes para carregar 3.430 BITREM's, cada um com 38 toneladas (peso líquido).

E terão que passar por uma ladeira íngreme e por uma estrada bem estreita.

Aí, depois de tantas dificuldades, o produtor encontra o Posto Fiscal da SEFAZ/PI, na beira do Rio Parnaíba
SEM ESTRADA E SEM PONTE - Mas o Governo do Estado parece não reconhecer a imensa força que vem do campo, ao não retribuir a essa gente que produz, com apoio em logística; faltam estradas e energia elétrica.

Além de não retornar com benefícios, o Governo do Piauí implantou, faz mais de 10 anos, um Posto Fiscal da SEFAZ/PI na margem do Rio Parnaíba, no município de Santa Filomena, ao lado da cidade de Tasso Fragoso (MA).

O objetivo é arrecadar impostos das fazendas situadas no município de Ribeiro Gonçalves e também na Serra da Fortaleza, em Santa Filomena.

Para completar o drama, o "pedágio" na Balsa PIPES, que custa quase R$ 200 para uma carreta de 9 eixos


Como se não bastasse, os produtores da Serra da Fortaleza, que não dispõem de uma estrada compatível com suas necessidades, ainda são obrigados a pagar a passagem em uma balsa, a fim de que as carretas possam atravessar o Rio Parnaíba. O pedágio na Balsa PIPES, também conhecida como “pontão”, chega a custar quase R$ 200, durante o dia.

MAS COM ALTOS IMPOSTOS - No agronegócio, atividade que leva o Brasil "nas costas", 19% do faturamento bruto vão para taxas, tributos e impostos, conforme estimativa de entidades ligadas a produtores rurais. É uma carga proporcionalmente muito superior à da indústria e do comércio, na análise de alguns economistas brasileiros. Além de encarecer o custo, o peso da tributação dificulta até mesmo a venda do que é produzido no campo.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Bom inverno indica que teremos mais uma super safra de soja em Santa Filomena

Área cultivada com SOJA na Serra das Guaribas, a cerca de 60 quilômetros da cidade de Santa Filomena



Em Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, o verde intenso das lavouras de soja é sinal de que as chuvas estão se mantendo normais, principalmente agora, no período reprodutivo, em que as plantas precisam de mais água.

Nos últimos 84 dias (1º de novembro/2017 a 23 de janeiro de 2018) foram registrados 399,5 mm na sede municipal, segundo dados do EMATER-PI, o equivalente à média de 4,75 milímetros por dia, por sinal, bem distribuídos.

BOM INVERNO! Com todos os fatores de produção normais, lavouras de soja indicam mais uma super safra

A soja necessita de 500 a 700 mm de água durante todo o ciclo (exceções podem exigir apenas 450 mm e outras 800 mm), que pode chegar a 120 dias, o que resulta em 2 litros de água para cada grama de soja. No momento da formação das folhas, quando a planta mais consome água, caso o ambiente esteja seco, ela ainda sobrevive e pode esperar por chuva mais para frente.

Porém, caso falte água na época do enchimento das vagens, a perda pode ser de 80 a 100%. Nesta fase, a planta necessita entre 7 e 8 mm de água por dia. A melhor forma da chuva ajudar ao agricultor é ser bem distribuída durante todo o período, como, aliás, vem ocorrendo na Safra 2017/2018.

As plantas de soja se acham em plena floração, começando a polinização e iniciando a formação de vagens

O plantio da soja no cerrado do Piauí começou ainda em novembro. Agora, quase 3 (três) meses depois, os resultados não poderiam ser melhores.

Aliás, as informações que temos é que 100% da soja plantada no sudoeste do Piauí e no Maranhão está em boas condições, aumentando a confiança nos agricultores de que mais uma vez teremos uma super safra da oleaginosa.

De uma maneira geral, as plantas estão em plena floração, começando o processo de polinização e, consequentemente, a formação das vagens. Em relação ao crescimento, os “pés” de soja apresentam o tamanho ideal.

Trecho final da PI-397 (TRANSCERRADO), no encontro com a BR-235 (Estrada Gilbués/Santa Filomena)

Transcerrado - O problema agora é garantir a trafegabilidade das estradas por onde deverão escoar as centenas de milhares de toneladas de grãos de soja. Face à ausência do Governo, sojicultores estão fazendo “vaquinha” para realizarem obras na PI-397 (Transcerrado), já que boa parte da rodovia se encontra esburacada, novamente atolando e até tombando caminhões.

De acordo com a APROSOJA, cerca de 30% (trinta por cento) da produção de grãos do cerrado piauiense passa pela Transcerrado. E mais uma vez a cena se repete: produtores são obrigados a bancar custos com máquinas e operadores para manter uma estrada que pertence ao Governo do Piauí.

BR-235/PI (Estrada Gilbués/Santa Filomena) cortando os verdes campos de soja na Serra das Guaribas

Até quando o setor agrícola vai ter que carregar o Brasil nas costas? Na verdade, os governos pouco contribuem com a logística da soja, oferecendo apenas vias precárias de transporte entre as fontes primárias de produção.

Essas estradas de terra aumentam o valor do frete e é determinante para a falta de caminhões, sendo um dos principais gargalos enfrentados pelos agricultores, que ainda enfrentam as adversidades de ordem climatológica.

Não podemos esquecer que Santa Filomena conta hoje com a BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), cortando os verdes campos de soja na Serra das Guaribas. Mas os agricultores da Serra da Fortaleza continuam sofrendo com esse apagão logístico: sem estrada e sem energia elétrica.