terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Bom inverno indica que teremos mais uma super safra de soja em Santa Filomena

Área cultivada com SOJA na Serra das Guaribas, a cerca de 60 quilômetros da cidade de Santa Filomena



Em Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, o verde intenso das lavouras de soja é sinal de que as chuvas estão se mantendo normais, principalmente agora, no período reprodutivo, em que as plantas precisam de mais água.

Nos últimos 84 dias (1º de novembro/2017 a 23 de janeiro de 2018) foram registrados 399,5 mm na sede municipal, segundo dados do EMATER-PI, o equivalente à média de 4,75 milímetros por dia, por sinal, bem distribuídos.

BOM INVERNO! Com todos os fatores de produção normais, lavouras de soja indicam mais uma super safra

A soja necessita de 500 a 700 mm de água durante todo o ciclo (exceções podem exigir apenas 450 mm e outras 800 mm), que pode chegar a 120 dias, o que resulta em 2 litros de água para cada grama de soja. No momento da formação das folhas, quando a planta mais consome água, caso o ambiente esteja seco, ela ainda sobrevive e pode esperar por chuva mais para frente.

Porém, caso falte água na época do enchimento das vagens, a perda pode ser de 80 a 100%. Nesta fase, a planta necessita entre 7 e 8 mm de água por dia. A melhor forma da chuva ajudar ao agricultor é ser bem distribuída durante todo o período, como, aliás, vem ocorrendo na Safra 2017/2018.

As plantas de soja se acham em plena floração, começando a polinização e iniciando a formação de vagens

O plantio da soja no cerrado do Piauí começou ainda em novembro. Agora, quase 3 (três) meses depois, os resultados não poderiam ser melhores.

Aliás, as informações que temos é que 100% da soja plantada no sudoeste do Piauí e no Maranhão está em boas condições, aumentando a confiança nos agricultores de que mais uma vez teremos uma super safra da oleaginosa.

De uma maneira geral, as plantas estão em plena floração, começando o processo de polinização e, consequentemente, a formação das vagens. Em relação ao crescimento, os “pés” de soja apresentam o tamanho ideal.

Trecho final da PI-397 (TRANSCERRADO), no encontro com a BR-235 (Estrada Gilbués/Santa Filomena)

Transcerrado - O problema agora é garantir a trafegabilidade das estradas por onde deverão escoar as centenas de milhares de toneladas de grãos de soja. Face à ausência do Governo, sojicultores estão fazendo “vaquinha” para realizarem obras na PI-397 (Transcerrado), já que boa parte da rodovia se encontra esburacada, novamente atolando e até tombando caminhões.

De acordo com a APROSOJA, cerca de 30% (trinta por cento) da produção de grãos do cerrado piauiense passa pela Transcerrado. E mais uma vez a cena se repete: produtores são obrigados a bancar custos com máquinas e operadores para manter uma estrada que pertence ao Governo do Piauí.

BR-235/PI (Estrada Gilbués/Santa Filomena) cortando os verdes campos de soja na Serra das Guaribas

Até quando o setor agrícola vai ter que carregar o Brasil nas costas? Na verdade, os governos pouco contribuem com a logística da soja, oferecendo apenas vias precárias de transporte entre as fontes primárias de produção.

Essas estradas de terra aumentam o valor do frete e é determinante para a falta de caminhões, sendo um dos principais gargalos enfrentados pelos agricultores, que ainda enfrentam as adversidades de ordem climatológica.

Não podemos esquecer que Santa Filomena conta hoje com a BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), cortando os verdes campos de soja na Serra das Guaribas. Mas os agricultores da Serra da Fortaleza continuam sofrendo com esse apagão logístico: sem estrada e sem energia elétrica.
 

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