Área cultivada com SOJA na Serra das Guaribas, a cerca de 60 quilômetros da cidade de Santa Filomena |
Em Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, o verde
intenso das lavouras de soja é sinal de que as chuvas estão se mantendo
normais, principalmente agora, no período reprodutivo, em que as plantas
precisam de mais água.
Nos últimos 84 dias (1º de novembro/2017 a 23 de
janeiro de 2018) foram registrados 399,5
mm na sede municipal, segundo dados do EMATER-PI, o equivalente à
média de 4,75 milímetros por dia, por sinal, bem distribuídos.
BOM INVERNO! Com todos os fatores de produção normais, lavouras de soja indicam mais uma super safra |
A soja necessita de 500 a 700 mm de água durante todo o ciclo (exceções
podem exigir apenas 450 mm e outras 800 mm), que pode chegar a 120 dias, o que
resulta em 2 litros de água para cada grama de soja. No momento da formação das
folhas, quando a planta mais consome água, caso o ambiente esteja seco, ela
ainda sobrevive e pode esperar por chuva mais para frente.
Porém, caso falte água na época do enchimento das
vagens, a perda pode ser de 80 a 100%. Nesta fase, a planta necessita entre 7 e
8 mm de água por dia. A melhor forma da chuva ajudar ao agricultor é ser
bem distribuída durante todo o período, como, aliás, vem ocorrendo na Safra
2017/2018.
As plantas de soja se acham em plena floração, começando a polinização e iniciando a formação de vagens |
O plantio da soja no cerrado do Piauí começou ainda em
novembro. Agora, quase 3 (três) meses depois, os resultados não poderiam ser
melhores.
Aliás, as informações que temos é que 100% da soja
plantada no sudoeste do Piauí e no Maranhão está em boas condições, aumentando
a confiança nos agricultores de que mais uma vez teremos uma super safra da
oleaginosa.
De uma maneira geral, as plantas estão em plena
floração, começando o processo de polinização e, consequentemente, a formação
das vagens. Em relação ao crescimento, os “pés” de soja apresentam o tamanho
ideal.
Trecho final da PI-397 (TRANSCERRADO), no encontro com a BR-235 (Estrada Gilbués/Santa Filomena) |
Transcerrado - O problema agora é garantir a
trafegabilidade das estradas por onde deverão escoar as centenas de milhares de
toneladas de grãos de soja. Face à ausência do Governo, sojicultores estão
fazendo “vaquinha” para realizarem obras na PI-397 (Transcerrado), já que boa parte da rodovia se encontra esburacada, novamente atolando e até
tombando caminhões.
De acordo com a APROSOJA, cerca de 30% (trinta por
cento) da produção de grãos do cerrado piauiense passa pela Transcerrado. E mais uma vez a cena se
repete: produtores são obrigados a bancar custos com máquinas e operadores para
manter uma estrada que pertence ao Governo do Piauí.
BR-235/PI (Estrada Gilbués/Santa Filomena) cortando os verdes campos de soja na Serra das Guaribas |
Até quando o setor agrícola vai ter que carregar o
Brasil nas costas? Na verdade, os governos pouco contribuem com a logística
da soja, oferecendo apenas vias precárias de transporte entre as fontes primárias
de produção.
Essas estradas de terra aumentam o valor do frete e
é determinante para a falta de caminhões, sendo um dos principais gargalos
enfrentados pelos agricultores, que ainda enfrentam as adversidades de ordem
climatológica.
Não podemos esquecer que Santa
Filomena conta hoje com a BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), cortando
os verdes campos de soja na Serra das Guaribas. Mas os
agricultores da Serra da Fortaleza continuam sofrendo com esse apagão logístico: sem estrada e sem energia elétrica.
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