Imagem: José Bonifácio/GP1
Plantio de melancia de José Soares da Silva (Zé de Augusto), que semeou em setembro e "aguou" até o início das chuvasSe a seca histórica que está se verificando no cerrado piauiense está atingindo até os produtores de soja, que usam tecnologia de ponta, imagine o que vem ocorrendo com os agricultores familiares, que utilizam o cultivo tradicional e precisam da regularidade climática.
No Vale do Taquara, por exemplo, onde se concentram as terras mais férteis do município de Santa Filomena, as lavouras plantadas em novembro e dezembro se acham perdidas pela ausência de chuvas no período, fato que, segundo os agricultores, nunca tinha acontecido.
Imagem: José Bonifácio/GP1
Nessa área de 1,5 tarefa, onde seu Zé de Augusto deveria produzir mais de 2 mil melancias, até os "pés" estão morrendoUm dos pequenos produtores prejudicados pela seca é o senhor José Soares da Silva (Zé de Augusto), que perdeu quase 3 tarefas de feijão consorciado com milho. Mas o prejuízo maior parece ser no plantio de melancia; sem chuvas há quase um mês, a perda é quase que total.
“Nunca tinha visto uma coisa desta, rapaz. Dessa idade, nunca tinha visto”, diz Zé de Augusto, morador na localidade Várzea, na margem esquerda do Rio Taquara e ao lado da BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), a 20 quilômetros da zona urbana de Santa Filomena.
Imagem: José Bonifácio/GP1
Zé de Augusto: "Nunca tinha visto uma coisa desta, rapaz. Desta idade, eu nunca tinha visto. Eu plantei antes de setembro"
Segundo ele, faz 25 dias que não chove na sua roça. “Eu plantei ela (melancia) antes de setembro”, acrescenta José Soares, informando que na safra passada (dezembro de 2014), produziu e vendeu mais de 2 mil melancias, o que deve ter lhe rendido cerca de R$ 10 mil.
É mais uma comprovação de que essa seca que castigou Santa Filomena e todo o cerrado piauiense prejudicou a produção no campo, tanto o agronegócio quanto a agricultura familiar.
Ressalte-se também que em dezembro de 2015 choveu somente 57,5 milímetros na cidade de Santa Filomena, que equivalem a 23,5% da média histórica de 244,2 milímetros/1984 a 2014). E que, ainda, grande parte do município ficou sem chuvas durante todo o mês de dezembro.
O total de chuvas em 2015 na sede do município foi de 1.159,0mm (76,6% da média histórica).
Nenhum comentário:
Postar um comentário