Vista aérea da cidade de Balsas (MA) onde, segundo o Ministério Púlico, impera a prática popularmente conhecida por nepotismo |
Autora da ação, a promotora de Justiça Uiuara de Melo Medeiros, titular da 1ª Promotoria de Balsas, pediu à Justiça o enquadramento dos servidores na Lei 8.429/92, que trata da improbidade administrativa, com a aplicação das penalidades previstas no documento legal, incluindo a perda do cargo ou função pública. Para ela, no caso está nítida a afronta ao princípio republicano e aos princípios da administração pública, notadamente moralidade, legalidade e impessoalidade.
De acordo com o texto da ação, Kiara Martins Silva Morais foi nomeada para o cargo de gestora da Unidade de Saúde de Balsas. Francisco Martins Santos Filho, tio de Kiara Martins, atualmente exerce o cargo em comissão de assessor especial de Apoio Institucional do Governo do Estado. Antes, ele ocupou o cargo de secretário-adjunto extraordinário de Articulação com os Municípios.
Enquanto isso, é deficiente a prestação de serviço público no Hospital Municipal e Pronto Socorro "BALSAS URGENTE" |
A representante do Ministério Público esclarece que, como todos os demais requeridos são parentes até o terceiro grau do ex-secretário-adjunto e hoje assessor especial Francisco Martins Santos Filho, e foram nomeados e exercem cargos e/ou funções em comissão ou de confiança dentro do Governo do Maranhão, a situação estaria inserida na vedação constitucional esclarecida pela Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal.
“A Súmula Vinculante nº 13 do STF faz referência à vedação de nomeação para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou função gratificada de parentes, até o terceiro grau, não apenas da própria autoridade nomeante, mas também de qualquer outro 'servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento'”, argumenta Uiuara de Melo Medeiros, responsável legal pela acusação contra a administração estadual.
A promotora de Justiça complementa: “A prática do nepotismo destrói os pilares da administração, fere de morte os seus princípios, atenta contra a república, sendo claro exemplo de como, ainda nos dias atuais, há quem trate a coisa pública como sua”.
Fonte: CCOM-MPMA
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