PF considera Eike foragido e pede sua inclusão na lista da Interpol
O empresário Eike
Batista deve ter seu nome incluído na chamada “lista vermelha” da
Interpol (polícia internacional) a pedido da Polícia Federal, que passou a
considerá-lo foragido internacional após ele ter tido a sua prisão preventiva
decretada pela Justiça em razão da Operação Eficiência
desencadeada na última quinta-feira (26), no Rio.
Segundo seu
advogado, Fernando Martins, Eike
está em Nova York, nos Estados Unidos, onde participa de reuniões de
negócio e que vai se apresentar o mais rápido possível. “Estamos em
contato com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a intenção dele
é cooperar com esses órgãos, como sempre cooperou, e retornar o mais rápido
possível”, disse o advogado.
A Justiça expediu mandado de prisão
preventiva contra Eike e mais oito pessoas acusadas de desvio de
dinheiro de obras públicas, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
Entre as prisões está a do
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que já se encontra detido em Bangu, no
Rio. Policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do empresário.
A segunda queda de Eike Batista
A saga de Eike Batista, o empreendedor que sonhou em ser o homem mais rico do mundo fazendo negócios escusos em parceria com o ex-governador Sérgio Cabral
Até quatro anos atrás, quando começou a desmoronar o império
financeiro de Eike
Batista, o empresário era visto como um caso raro de bilionário generoso no
Brasil. Com aparente desprendimento, destinava parte de sua fortuna a causas
ecológicas, hospitais e atrações culturais. Assim, ganhou fama de benevolente e
passou a receber uma avalanche de pedidos das mais diversas ordens. Eike,
mineiro de Governador Valadares, era particularmente mão-aberta em relação ao Rio
de Janeiro, lugar que escolheu para morar. No total, desembolsou quase
R$ 60 milhões na campanha para a cidade sediar a Olimpíada, no programa de
despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e no projeto das Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs). A fama de empreendedor bem-sucedido de Eike já havia
caído. Agora, o pedido de sua prisão, feito na quinta-feira, dia 26, pelo juiz
Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, fez com que caísse também a
máscara de benfeitor desapegado. Como mostra a Operação Eficiência, um dos
desdobramentos da Lava Jato cuja etapa anterior levou à prisão
o ex-governador Sérgio
Cabral e alguns de seus colaboradores, por trás do altruísmo de Eike havia
um pesado jogo de interesses e ilicitudes. Ele adulava o Poder Executivo para
obter vantagens – e vice-versa. Eike é um dos nove nomes cuja prisão preventiva
foi determinada pelo juiz Bretas.
Até quatro anos atrás, quando começou a desmoronar o império financeiro de Eike Batista, o empresário era visto como um caso raro de bilionário generoso no Brasil. Com aparente desprendimento, destinava parte de sua fortuna a causas ecológicas, hospitais e atrações culturais. Assim, ganhou fama de benevolente e passou a receber uma avalanche de pedidos das mais diversas ordens. Eike, mineiro de Governador Valadares, era particularmente mão-aberta em relação ao Rio de Janeiro, lugar que escolheu para morar. No total, desembolsou quase R$ 60 milhões na campanha para a cidade sediar a Olimpíada, no programa de despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas e no projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A fama de empreendedor bem-sucedido de Eike já havia caído. Agora, o pedido de sua prisão, feito na quinta-feira, dia 26, pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, fez com que caísse também a máscara de benfeitor desapegado. Como mostra a Operação Eficiência, um dos desdobramentos da Lava Jato cuja etapa anterior levou à prisão o ex-governador Sérgio Cabral e alguns de seus colaboradores, por trás do altruísmo de Eike havia um pesado jogo de interesses e ilicitudes. Ele adulava o Poder Executivo para obter vantagens – e vice-versa. Eike é um dos nove nomes cuja prisão preventiva foi determinada pelo juiz Bretas.
“Do Supremo cuido eu”
Na reta final da delação da Odebrecht, a temperatura política volta a subir e a presidente do STF, Cármen Lúcia, se impõe. A ministra assume a condução da Lava Jato, articula com os demais Poderes a sucessão de Teori Zavascki, ajuda a debelar a crise nos presídios e até enquadra o juiz Sérgio Moro
A morte em um fatídico acidente de avião do ministro Teori Zavascki,
relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, acomodou uma nuvem
cinzenta sobre futuro das investigações do maior esquema de corrupção já
descoberto no País. Além de acumular em seu gabinete mais de 50 inquéritos e
ações penais da Lava Jato, o ministro tinha em seu poder a explosiva delação
premiada dos 77 executivos da Odebrecht. E estava prestes a homologá-la. Na esteira da tragédia, enquanto o meio
político não só fazia figa para ganhar um fôlego, como já se articulava para
jogar o fim do mundo para além das festas momescas, advogados da empreiteira
manifestavam preocupação com um adiamento indefinido dos processos. Os procuradores, por seu turno, manifestavam dúvidas se o novo ministro
relator reuniria condições técnicas e isenção ética para levar adiante a
operação. Em meio a esse mar de incertezas, emerge como voz altiva da República
a presidente do STF, Cármen Lúcia. Na última semana, coube à ministra avocar para si a condução da Lava
Jato, acelerar a chamada “mãe de todas as delações” e assumir as rédeas do STF
nas articulações para escolha dos novos ministro e relator. Foi como se as
placas tectônicas, alvoroçadas em Brasília, se reacomodassem naturalmente, após
o tsunami. A autoridade serena de Cármen e sua genuína firmeza, a se imporem
perante o caos, ou a proximidade dele, bastaram. Fez-se a calmaria. Durante o velório de Teori, realizado em Porto Alegre (RS), a
presidente do STF daria o primeiro e talvez mais contundente sinal de que, sim,
ela mataria a crise que se avizinhava no peito. Em um dado momento, o juiz
federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância,
cumprimentou a magistrada e comentou esperar que ela decidisse com serenidade a
escolha do novo relator do caso.
Ladeada por colegas, a ministra respondeu a Moro: “Do Supremo cuido
eu”.
Donald Trump e o risco da democracia iliberal
A porção democrática do sistema político norte-americano avança contra a fração liberal. Isso pode ser péssimo para os EUA e o mundo
A
eleição de Donald Trump para a presidência dos
Estados Unidos abre um período de incertezas. Da capacidade de manejar uma
economia problemática à tentativa de alterar as bases da política externa
norte-americana, muitos aspectos da passagem de Trump pela Casa Branca estão em
aberto. Há poucas dúvidas, entretanto, de que os próximos quatro anos serão de
pressão intensa contra as instituições que fazem dos Estados Unidos uma
democracia liberal. No
Ocidente (basicamente, Estados Unidos e Europa), o termo democracia liberal é
quase uma redundância. Toma-se por certo que as eleições democráticas e a
participação popular culminarão na ampliação de direitos. Tal conexão não
ocorre, entretanto, de forma automática. Como
Fareed Zakaria enfatizou, ainda em 1997, no artigo A ascensão da democracia iliberal – base do best-seller de
2003 O Futuro da Liberdade –
o sistema político conhecido como democracia liberal é composto por dois
conceitos diferentes.
O
primeiro, o democrático, é marcado pela formação de governos a partir dos
desejos da população. O segundo, o liberal, é caracterizado pela busca de
direitos individuais (expressão, religião, reunião, propriedade etc) e pela
proteção dada a eles por meio de mecanismos como a separação de poderes e o
estado de direito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário