Imagem: Iraciana Lustosa
A marca nas paredes mostra até onde chegou o nível das águas do Rio Taquara, na madrugada do dia 28/01 (quinta-feira)Cerca de 90 pequenos agricultores do Vale do Taquara, município de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, tiveram suas plantações destruídas pela inédita cheia do Rio Taquara.
Alguns dos lavradores, além de verem as lavouras arrastadas pela enchente ou soterradas pela lama, também tiveram as cercas arrancadas e até as residências invadidas pelas águas.
Imagem: Iraciana Lustosa
Garoto mostra uma raiz de mandioca na roça dos seus pais, um pouco do que sobrou da maior enchente do Rio Taquara
O volume de água foi tão grande, que o Rio Taquara quase passou por cima da ponte da localidade Cachoeira, na BR-235. E começou a desmoronar uma das cabeceiras da ponte.
De acordo com os moradores da região, residentes não somente na comunidade Matas, mas em todo o percurso do vale, essa foi, sem nenhuma dúvida, a maior enchente do Rio Taquara.
Imagem: Iraciana Lustosa
Tanto na localidade Várzea, como em todo o percurso do Rio, das Matas até Barra do Taquara, as roças foram inundadasA ação da natureza ocorreu na manhã do último dia 28 (quinta-feira), depois que, das 18h30 da quarta-feira (27) às 5h30 da quinta, os pluviômetros registraram 145 milímetros na cidade de Santa Filomena e 170 milímetros no Povoado Matas, distante 42 km da sede municipal.
Face às circunstâncias, encaminhamos, na última segunda-feira (01/02/2016), requerimento ao deputado estadual Fernando Monteiro (PTB), com cópia para o prefeito municipal, Esdras Avelino Filho (PTB), solicitando que nosso representante na Assembléia Legislativa do Piauí (ALEPI) tente arranjar algum recurso junto à Secretaria Estadual de Defesa Civil, a fim de que os produtores afetados possam recuperar as moradias e as cercas danificadas ou destruídas.
Imagem: Iraciana Lustosa
Até as cercas foram arrancadas pela histórica cheia do Rio Taquara, deixando os agricultores familiares à mercê da sorte
Do mesmo modo, pedimos a intervenção do Governo Estadual/SDR, por meio do deputado Fernando Monteiro, no sentido de que sejam destinadas sementes de feijão e milho, além de mudas, manivas e alevinos, já que plantações, pastagens e criatórios de peixes localizados à margem do Rio Taquara foram destruídos, do Povoado Matas até o encontro com o Rio Parnaíba (Barra do Taquara), numa extensão superior a 40 km, atingindo quase cem famílias.
Esperamos que o governador Wellington Dias (PT) esteja sensível às razões do pedido, autorizando que a Defesa Civil e a SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural) prestem socorro aos produtores do Vale do Taquara, principal área com culturas de subsistência.
Imagem: José Bonifácio/GP1
BR-235/PI: A enchente foi tão grande que, por pouco, as águas do Rio Taquara não passaram sobre a ponte da Cachoeira
OITO OU OITENTA - Vale lembrar que, tanto o Vale do Taquara, quanto todo o município de Santa Filomena, passaram por uma seca histórica no final de 2015, fato que quase obrigou o prefeito Esdras Avelino a decretar Situação de Emergência. Para o leitor entender melhor tal situação, em dezembro passado choveu só 57,5 milímetros, segundo dados do EMATER/PI.
Mas em janeiro de 2016 choveu 585,0 milímetros. Ou seja; 138% a mais do que a média histórica verificada no mês durante 31 anos (1984/2015), que está em 245,0 milímetros.
Imagem: José Bonifácio/GP1
Por volta das 8h de quinta (28) as águas do Taquara estavam assim, provocando desmoronamento na cabeceira da ponte
Isso nos faz pensar na música Orós, do cantor e compositor cearense Raimundo Fagner, gravada em 1977, a qual retrata o bucolismo interiorano, à dureza das raízes pessoais, o drama da seca e o medo da chuva: “Se não é seca é enchente Ai, ai, como somo sofredô”.
Por se tratar de um caso fortuito, necessário se faz a urgente intervenção do Poder Público.
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