Proprietário da Casa São Francisco, no Bairro Primavera, se viu obrigado a colocar grades na porta da loja |
Com a violência, que nos últimos meses se manteve
presente no cotidiano da população de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, a
925 km de Teresina, o uso de grades passou a fazer parte da realidade do
comércio local.
Em alguns pontos da pequena cidade, com pouco mais
de 6 mil habitantes, comerciantes do centro e até dos bairros já realizam
vendas passando mercadorias para clientes através de grades, com medo de
assaltos.
Não temos um balanço da Polícia, mas é visível o
aumento do número de roubos em comércios e residências, furto de motos e de
celulares.
Já o dono de um comércio no centro da cidade, que teve a porta arrombada por cinco vezes, disse que, ... |
Isso vem ocorrendo com freqüência nas ruas e
avenidas de Santa Filomena, tanto à noite, quando não se pode nem mais sentar nas
calçadas, quanto em plena luz do dia, tendo estudantes como principal alvo dos
indivíduos.
“Antes de colocar esta grade, meu comércio foi
arrombado cinco vezes. E a única defesa que tenho, abaixo de Deus, é esse
porrete de madeira”, falou, bastante indignado, um pequeno comerciante do
centro da cidade.
... além da grade na porta, sua única defesa, abaixo de Deus, é um "porrete" de madeira embaixo da mesa |
Outro pequeno comerciante do Bairro Primavera, que
além de furtos na sua quitanda, já sofreu algumas tentativas de
assaltos, conta que passa o dia todo “atrás das grades”, literalmente, assombrado com a
onda de violência.
Já o proprietário da Casa São Francisco, também no
Bairro Primavera, conta que nos últimos dias levaram mais de 1.000 reais em
dinheiro e mercadorias. “Só de uma vez levaram 750 reais em produtos de beleza.
Tá difícil pra gente trabalhar desse jeito. A solução foi colocar a
grade na frente”, disse.
Assombrado com a onda violência, comerciante do Bairro Primavera vende "atrás das grades", literalmente |
O medo da violência vem crescendo e passou a ser
uma das maiores preocupações nas pequenas cidades, assim como em Santa
Filomena, gerando a sensação de total abandono. Para coibir esse tipo de crime, ações como policiamento de rotina e operações
precisam ser executadas.
A migração da violência para a cidade está
obrigando a população filomenense a mudar os hábitos, se sentindo fragilizada.
Que DEUS ilumine as mentes das nossas autoridades, a fim de que busquem - inclusive junto ao Governo Estadual - e
encontrem soluções práticas, que surtam efeitos.