terça-feira, 11 de agosto de 2015

Igreja Matriz de Santa Filomena foi inaugurada em 15 de Agosto de 1905

Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)Ao completar 110 anos, Igreja Matriz de Santa Filomena, no sudoeste do Piauí, realiza o 159º Festejo de sua Padroeira

A jurisdição paroquial foi instituída em 1856, fazendo elevar o Povoado de Santa Filomena à categoria de Freguesia e Distrito, por força da Lei Provincial nº 413, de 09 de janeiro de 1856.

E teria sido, portanto, estabelecida 09 anos antes da Resolução Provincial nº 586, de 25 de agosto de 1865, assinada pelo então governador da Província do Piauhy, Franklin Américo de Meneses Dória (1864-1866), primeiro e único Barão de Loreto, advogado, magistrado, político, orador e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL).

A ação governamental, criando oficialmente o município e instituindo a Vila de Santa Filomena, seria uma espécie de prêmio pelo embarque em Teresina do 2º Corpo de Voluntários da Pátria, comandado pelo Coronel José Lustosa da Cunha, o Barão de Santa Filomena.


Imagem: José Bonifácio/Tony Santos1(Imagem:José Bonifácio/Tony Santos)
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2(Imagem:1)Imagens da última segunda-feira (10), quando da celebração da 5ª Noite do Festejo da Padroeira de Santa Filomena (PI)

Mas a história da Igreja Matriz de Santa Filomena iniciou no ano de 1905. De acordo com o engenheiro agrônomo e comerciante Dulfe Lustosa Nogueira, que ouvia relatos do seu avô, o fazendeiro Antonio Lustosa Nogueira, a pequena Capela de Santa Filomena era localizada no Cruzeiro, onde hoje se situa o Cemitério Municipal, não havendo, entretanto, nenhum vestígio.

“Aí começaram a construir uma nova Igreja, e passou mais ou menos uns 05 anos para poder ser concluída. Inclusive, todo o pessoal da pequena comunidade se engajou na construção da Igreja. Quando era nas noites de lua, todos - até as crianças - iam para a olaria, que ficava próxima ao atual cemitério, e carregavam as alvenarias na cabeça”, conta Dulfe Nogueira.
 
Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
2(Imagem:1)Segundo relatos do historiador filomenense Dulfe Lustosa Nogueira, a Igreja Matriz de Santa Filomena começou a ser ...

E acrescenta: “Além das poucas pessoas da comunidade, iam meu avô Antonio Nogueira, a tia Helena de Jatobá, a tia Filucha, o João Lustosa ... e toda meninada daquela época, que era levadas pelos pais e carregavam de uma, duas, quatro, cinco alvenarias. Mas além das pessoas trazerem as alvenarias na cabeça, vinham também nos lombos dos jumentos”.

“E no Festejo de Santa Filomena de 15 de Agosto de 1905 houve a inauguração da Igreja, que passou a ser a Matriz da Paróquia de Santa Filomena. Portanto, a Igreja Matriz de Santa Filomena está completando 110 anos”, afirma o também historiador Dulfe Lustosa Nogueira.
 
Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
2(Imagem:1)... edificada em 1900, com o empenho do patriota José Antonio Barreira de Macedo e a ajuda dos moradores do lugarejo

Ainda de acordo com Dulfe Nogueira, “essa devoção com Santa Filomena não começou propriamente com o Barão de Santa Filomena, mas sim com José Antonio Barreira de Macedo, que fez uma empreita com o então Governo da Província do Piauí visando à abertura de uma estrada de Parnaguá até um Porto no Rio Parnaíba, que desse acesso para Teresina, a nova capital do Piauí. Então, ele fez um empenho muito grande para a construção da antiga Igreja, pois veio muita gente para trabalhar na empreitada, quando começou a povoação de Santa Filomena, lá por volta de 1854. O Barão começou quando já havia várias moradias no lugar”.

Para o filomenense Dulfe Lustosa Nogueira, o grande mérito de José Lustosa da Cunha, o Barão de Santa Filomena, é que ele trouxe de Salvador (BA) a imagem de Santa Filomena, a fim de que fosse conservado o Festejo de Santa Filomena, que deu nome à atual cidade.


Imagem: José Bonifácio/GP11(Imagem:José Bonifácio/GP1)
2(Imagem:1)A Igreja Matriz de Santa Filomena está localizada no centro da Praça Barão de Paraim, conhecida como Praça da Matriz

Por fim, o historiador Dulfe Lustosa Nogueira discorda da tese fundamentada por Pereira da Costa, em sua célebre “Cronologia Histórica do Piauí”, segundo a qual, José Antonio Barreira de Macedo teria transposto a Serra do Riachuelo, chegando até as margens do Rio Taquara, percorrendo outras partes do atual município de Santa Filomena, sem, contudo, deixar vestígios de fundação de qualquer estabelecimento pecuário ou de outra natureza.

Dulfe Nogueira afirma que o Barão de Santa Filomena chegou nas pegadas do patriota José Antonio Barreira de Macedo, que não conseguiu construir a estrada, tendo em vista que o Governo da Província não lhe pagou pelo serviço, vindo a morrer em situação de pobreza.



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