quarta-feira, 11 de maio de 2011

POR QUE NÃO CRIAR TAMBÉM O ESTADO DO GURGUEIA?

Sobre a recente aprovação dos projetos autorizando os plebiscitos para criação dos novos estados de Carajás e Tapajós, o ex-deputado Jesualdo Cavalcanti Barros, atualmente presidente do Centro de Estudos e Debates do Gurgueia (CEDEG), escreveu o seguinte:

O Pará, se tiver juízo, certamente está em festa. Pois a Câmara dos Deputados aprovou, quinta-feira última, os projetos de decretos legislativos autorizando a realização de plebiscitos com vistas ao desmembramento do território paraense em três unidades federativas. Continuaria o Pará, porém bem menor, e seriam criados os Estados de Carajás e de Tapajós.

Já aprovados pelo Senado numa articulação competente da bancada paraense, a ele retornará o projeto do Tapajós para apreciação das modificações que a Câmara fez no texto. O de Carajás, por sua vez, será promulgado pelo Congresso nos próximos dias. Na consulta popular a ter lugar dentro de seis meses, serão ouvidas as populações diretamente interessadas, isto é, tanto a residente na área remanescente do Pará que continuará Estado, quanto as residentes nos territórios a serem desmembrados, nos termos da Lei nº 9.709, de 1998.

Redividir territórios muito grandes ou mal configurados, tais como os do Pará e do Piauí, significa racionalizar a administração e democratizar o poder. Isto é, buscar a eficácia ao colocar as ações do governo o mais próximo possível das populações. No Piauí temos um precedente bastante elucidativo. Com efeito, foi a emancipação de 106 comunidades municipais na década de 1990, processo que tive a honra de deslanchar quando exercia a presidência da Assembleia Legislativa, que praticamente acabou com o coronelismo no Piauí. Se essas comunidades tivessem continuado isoladas em seus povoados, recebendo migalhas dos prefeitos e sob o domínio de cabos eleitorais a serviço de velhos coronéis, jamais se teriam transformado nas florescentes cidades que hoje conhecemos. Não há negar: apesar dos desperdícios e da corrupção, infelizmente alimentados pelo cancro da reeleição, ganharam melhor qualidade de vida, exibindo saudável aspecto urbano e razoável atendimento em saúde, educação, estradas, eletrificação etc. O que resulta em incorporar áreas e populações marginalizadas em nosso processo de desenvolvimento.

O Piauí, que vem empalmando a luta pela redivisão territorial do Brasil desde 1990, quando lancei, na qualidade de seu representante na Câmara dos Deputados, a ideia de criação do Estado do Gurgueia, corre o risco de ficar para trás. De perder mais uma vez o bonde da história. De fato, se as suas lideranças não se derem conta, poderá ocorrer aquilo que eu sempre temi: a criação de outros Estados que não o do Gurgueia, e assim passaríamos a pagar a conta sem compensação alguma. Daí a pergunta que não pode calar: o que estão fazendo os dez deputados federais e os três senadores do Piauí para apressar a aprovação de nosso plebiscito? Sobretudo os deputados Paes Landim e Júlio César, autores, respectivamente, do projeto e do substitutivo em tramitação na Câmara, já aprovados por três comissões técnicas? E o senador João Vicente Claudino, que em boa hora apresentou idêntico projeto no Senado, já analisado e aprovado por dois relatores, mas cujos pareceres sequer foram submetidos ao plenário da Comissão de Constituição e Justiça? E o irrequieto governador Wilson Martins, que por várias vezes se manifestou favorável ao projeto, pelo menos durante a última campanha eleitoral?

Que se movimentem, então! Afinal, o problema nº 1 do Piauí, historicamente, continua sendo essa irritante falta de recursos, que paralisa, imobiliza, retarda ou destrói qualquer iniciativa transformadora. Eis a verdade por todos reconhecida: o Piauí carece de recursos para investir, de modo a aproveitar adequadamente as suas imensas potencialidades em termos de solo, sol e água. Dessa penúria humilhante decorrem os demais problemas. Envolto no círculo vicioso da pobreza, o Estado não investe porque não tem e não tem porque não investe. Quando arranja o dinheiro para executar a obra, de outro não dispõe para fazê-la funcionar, mantê-la ou conservá-la. Daí o monturo de obras inacabadas e, se concluídas, quase sempre imprestáveis. É o eterno rem-rem, a cantilena de sempre.

A emancipação do Gurgueia, envolvendo 87 municípios e pouco mais de 20% da população, livraria o Piauí desse pesado fardo. Resultaria, de um lado, na duplicação dos recursos e, de outro, na divisão das despesas, tornando-o um Estado economicamente viável e geograficamente integrado. Os exemplos de Goiás e Mato Grosso são emblemáticos. Em 1927, segundo dados estatísticos publicados pelo governo federal, Piauí, Goiás e Mato Grosso arrecadavam as menores receitas entre os 20 Estados brasileiros existentes. Ocupavam, pois, a 20ª, 19ª e 18ª posições. Passados cerca de oitenta anos, o Piauí continuou a exibir a menor arrecadação entre eles, enquanto que os Estados que se dividiram, ou seja, Goiás/Tocantins e Mato Grosso/Mato Grosso do Sul, somados, saltaram para a 7ª e 9ª posições. Isto é, invertendo aquele diabólico círculo, colocaram-se entre os mais ricos, na boa companhia de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná e Pernambuco.

Há quem pense que, uma vez emancipado o Gurgueia, os recursos atualmente atribuídos ao Piauí seriam repartidos entre os dois. Se assim fosse, eu seria o primeiro a combater a ideia, embora gurgueiano, pois dividir a pobreza não nos levaria a lugar nenhum. Tal não ocorre, contudo. Neste caso, dividir é somar, eis que os Estados participam das receitas arrecadadas pela União segundo determinados critérios, dentre os quais o de receber mais quem apresentar os piores indicadores sociais e econômicos de pobreza. O total arrecadado é dividido pelo número de unidades existentes, ou seja, pelas atuais 27 (26 Estados e o Distrito Federal). Criado mais um, a divisão será feita entre 28 e assim por diante. Fica claro, portanto, que a cada criação de novo Estado corresponderá nova repartição. Dessa forma, o quinhão que caberá ao novo Estado resultará de uma pequena redução dos recursos de todos os demais.


Se criado o Gurgueia, como esperamos ardentemente, o quinhão que vier a receber passará a responder pelos encargos hoje suportados exclusivamente pelo Piauí quanto àquela distante e difícil região. Para começo de conversa, cerca de 20 mil servidores públicos deixariam a folha de pagamento do Piauí e ingressariam na do Gurgueia. Por outro lado, o novo Estado, durante os primeiros dez anos, a despesa com pessoal não poderá ultrapassar 50% de suas receitas. Para tanto, a própria Constituição federal (art. 235) impôs rígidos limites: máximo de dez secretarias, sete desembargadores do Tribunal de Justiça, três conselheiros do Tribunal de Contas e 17 ou 24 deputados estaduais, conforme a população. Com isso desviará das garras da burocracia para investimentos produtivos mais de 10 bilhões de reais. Dinheiro suficiente para recuperar e ampliar a sua infraestrutura e realizar sua política de desenvolvimento, ditada pelas prioridades que escolher. Como ocorreu no Tocantins, hoje um Estado salpicado de obras estruturantes e tocado por um dinamismo econômico sem igual. Um exemplo: enquanto o Piauí discute a construção de hidrelétricas no rio Parnaíba, lá já foram inauguradas três. E outras estão em construção.

Para quem ache que o Piauí perderá considerável receita com o desmembramento dos Cerrados, diria que o governo gasta no Gurgueia muito mais do que arrecada. O ICMS lá gerado representa menos de 5% do total arrecadado no Estado, para uma despesa em torno de 20% do orçamento estadual. E, a despeito de esforços consideráveis de governos e de particulares, muita coisa está por fazer, à espera de recursos que não existem nem chegam. Daí a conclusão inescapável: só a emancipação do Gurgueia salvará o Piauí.

O professor Pádua Ramos, homem de muita sabedoria, embora sua reconhecida timidez não lhe permita enxergar saídas mais audaciosas para o Piauí, queixava-se há pouco de que o Estado sofre os efeitos do fenômeno da satelitização. Não dispondo de projeto próprio de desenvolvimento, concebido a partir de suas necessidades e interesses, os investimentos federais aqui são feitos para atender conveniências de outros, regionais ou nacionais. Pois bem, depois de tantas utopias e frustrações, a emancipação do Gurgueia emerge como o mais consistente projeto de desenvolvimento sustentável do Piauí para o Piauí, pois concebido em consonância com os reais interesses do Estado e por piauienses que, indignados, não se conformam com o império da pobreza na terra de Canaã.

Repito aqui o que tenho dito nos últimos 21 anos de luta pela criação do Estado do Gurgueia: “Sei que o assunto é explosivo, que causa toda sorte de reações, inclusive indignação. Isso é bom, pois só acredito que uma sociedade seja capaz de encontrar saída para os seus problemas quando ela ainda é capaz de indignar-se.”


terça-feira, 10 de maio de 2011

Correios lançam selo comemorativo pelos 145 anos de Alto Parnaíba (MA)

O município de Alto Parnaíba, localizado no extremo sul do Maranhão, estará representado em um selo comemorativo referente ao seu 145º aniversário de fundação, sempre festejado no dia 19 de maio.

O selo será lançado pelos Correios, ainda sem data não definida, em evento na Câmara Municipal.

O selo tem representatividade por todo o país, sendo uma tradição que foi consagrada pelo tempo. É, sem nenhuma dúvida, a divulgação e a perpetuação de um momento importante para o povo alto-parnaibano, que gosta e se orgula do lugar em que nasceu.

A direção regional dos Correios apresentou 06 (seis) opções ao prefeito Ernani do Amaral Soares (PSDB), que escolheu a quinta sugestão, na qual aparecem duas paisagens históricas e, ao mesmo tempo, dois cartões postais da cidade de Alto Parnaíba.

Em primeiro plano, o destaque é a Beira-Rio, representando o lado poético da Vitória do Alto Parnaíba, com as águas turvas do majestoso Rio Parnaíba, tendo ao fundo os casarões da velha cidade, onde surgiram as primeiras habitações da Vila de Nossa Senhora das Victórias.

A imagem posterior, da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias, padroeira de Alto Parnaíba, simboliza a doação de parte das terras da Fazenda Barcelona à Igreja Católica, ocorrida no dia 19 de maio de 1866, pelo próspero fazendeiro Francisco Luiz de Freitas, e sua esposa, Micaela de Abreu Freitas.

O selo comemorativo é composto por duas partes. Na primeira, se vê a bandeira nacional tremulando ao vento, compondo o plano secundário e emoldurando o mapa do Brasil, preenchido pelas flores do ipê amarelo, árvore símbolo nacional. Na segunda parte, o selo é ilustrado por uma foto da Beira-Rio e outra da Igreja de Nossa Senhora das Vitórias.

Completam o conjunto visual os dizeres “ALTO PARNAÍBA-MA / 145 anos / 1866 2011”, em alusão à data comemorativa. A estampilha postal deverá ser lançada em grande estilo pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), provavelmente no dia 19, quinta-feira.

As imagens que ilustram o selo foram produzidas pelo professor, radialista e fotógrafo da cidade, Carlos Temístocles Biah e Silva, convidado especial - com merecimento - a participar do projeto “Selo comemorativo ao aniversário de 145 anos de Alto Parnaíba”.

O selo personalizado lançado na ocasião será utilizado em todas as correspondências oficiais emitidas pela Prefeitura de Alto Parnaíba. Após o período de utilização, o selo passará a compor o acervo do Museu Postal dos Correios.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mães de alunos da rede municipal de Santa Filomena são homenageadas

A Secretaria de Educação do município de Santa Filomena está promovendo a comemoração do Dia das Mães em quase todas as Escolas Municipais da zona rural, levando às mães filomenenses uma mensagem de otimismo e felicitações pelas conquistas alcançadas.

As festividades começaram na manhã da última sexta-feira (6), pela Escola Municipal Deocleciano José da Silva, na localidade Campeira. Na noite do mesmo dia, as mamães do Povoado Matas foram também contempladas com muitas homenagens e brindes, culminando com um jantar de confraternização.

No sábado (7), as mães de alunos da Escola Esdras Avelino, na comunidade Ponta da Serra, igualmente foram agraciadas com prendas e outros atos de cortesia, além de almoço, servido também para seus esposos e filhos.

As festividades referentes ao Dia das Mães na zona rural de Santa Filomena, na região do cerrado piauiense, prosseguem com a seguinte programação:

Dia 11, quarta – Escola Mucuri (almoço) e Escolas Lagoa do Sabino e Baixão Fechado (jantar no Tapuio); dia 12, quinta – Escolas Fortaleza, Aldeinha, Canto do Brejo e Várzea Grande (almoço na Aledinha); dia 13, sexta – Escola Zelândia (almoço); dia 14, sábado – Escola Nova Cruz (almoço) e Escola Santa Fé (jantar); dia 15, domingo – Escola Baixão da Areia (almoço); dia 16, segunda – Escola Chupé (lanche) e Escola Brejo das Meninas (jantar); dia 17, terça – Escola Cabeceiras do Angelim (almoço) e Escolas Pau Seco e Sete Lagoas (jantar na Sete Lagoas); dia 28, sábado – Escolas Alforge e Almécegas (almoço na Almécegas); e dia 30, segunda - Escola Brejo das Ovelhas (jantar).

Já a comemoração com as mães de alunos da zona urbana ocorrerá, segundo anunciou o secretário municipal de Educação e Cultura, Pedro Eimard Maia de Sousa, na noite do dia 21(sábado), no Ginásio Poliesportivo João Sobreira Lima, a Quadra da Cidadania.

“A comemoração desse ano na zona urbana não será realizada no segundo domingo de maio, tendo em vista a agenda de festividades nas escolas da zona rural. Mesmo assim, há uma grande expectativa, já que teremos a presença dos esposos, além de diversos presentes e das tradicionais mensagens, tudo regado de muita animação”, disse Pedro Maia.

Conforme ainda informou o secretário, cerca de 500 (quinhentas) mães participarão dos encontros nas escolas municipais da zona rural, mesmo porque haverá a presença dos pais de alunos, numa demonstração de cumplicidade.

“Queremos dar oportunidade para todas essas comunidades, a fim de que se crie um ambiente de integração, harmonia e confraternização”, acrescentou Pedro Eimard Maia.

E concluiu dizendo: “Estamos caminhando em busca não só da permanência do aluno na escola, mas da garantia de sua aprendizagem. Para tanto, esperamos poder contar com o apoio da figura mais importante do lar: a MÃE".