Por falta de energia elétrica, a Cerâmica Mota, de Santa Filomena (PI), teve que encerrar suas atividades |
A empresa Cerâmica Mota, do microempresário Celso
Ferreira Mota, em funcionamento há mais de cinco anos, ininterruptos, está
sendo obrigada a encerrar suas atividades por causa do elevado custo do óleo
diesel.
Segundo Celso Mota, a empresa, que já teve 18
funcionários e atualmente vinha se mantendo com 6, chegou ao limite e
não tem mais capacidade de cumprir com o pagamento dos salários dos
trabalhadores, inclusive 13º Salário e abono de Férias. "Estou pagando para trabalhar", lamenta.
O galpão da Cerâmica Mota, que produzia 100 mil tijolos por mês, está vazio, sem perspectiva de retorno |
Além do combustível estar inviabilizando o
negócio, Celso Mota tem que comprar ainda o barro (argila) e a lenha, materiais
indispensáveis na fabricação de tijolos furados. Aliás, com a instalação da
Cerâmica Mota (antes Cerâmica Santa Filomena), melhorou muito o nível das
construções, principalmente na cidade. Atualmente, graças à maior facilidade em
adquirir tijolos, a preços bem mais acessíveis, quase não se constrói casas com adobe
(tijolo cru) em Santa Filomena, nem mesmo na zona rural.
Gerador da Cerâmica Mota, que consome 12 litros/hora de óleo diesel e estava custando R$ 500 por dia |
Sem dúvida, o fechamento da Cerâmica Mota vai causar o
desemprego de seis a dez chefes de família, um problema de ordem
social, e dificultar o direito a uma moradia digna e a conseqüente melhoria
na qualidade de vida de muitas famílias filomenenses, fato que já é público e notório.
A Cerâmica Mota está a 400 m da BR-235/PI, a 8 km de Santa Filomena e a 6 km da linha da CEPISA |
“Quando começamos, a gente gastava 140 reais
por dia, para produzir quatro milheiros de tijolos. Hoje gastamos quase 500
reais. E o preço do milheiro de tijolos continua 400 reais, o mesmo valor de
quando começamos”, conta Celso Mota que, embora sua empresa esteja a 400
metros da BR-235/PI (estrada Gilbués/Santa Filomena), a 8 quilômetros da cidade
de Santa Filomena e a apenas 6 quilômetros da rede elétrica de alta tensão (linha Gilbués/Santa Filomena - 34,5 kV), não dispõe de energia elétrica.
No refeitório da Cerâmica, Celso Mota lamenta ter que fechar sua empresa por falta de energia elétrica |
E acrescenta: “Mantive aqui dezoito
funcionários, fui diminuindo e hoje estou com seis ou sete. Quando
comecei aqui não tinha Cantina, não tinha nem a estrutura que tem hoje. Quer
dizer, investi dinheiro e agora estou sem poder produzir porque está sendo inviável. O diesel ficou muito caro”.
Ainda conforme Celso Mota, a Cerâmica não só vinha
gerando empregos diretos e indiretos, mas também melhorou a qualidade das
construções, tendo em vista que o tijolo que vem de fora está em torno de R$
600.
TRISTE! Lamentavelmente, a última "fornada" da Cerâmica Mota foi queimada na terça-feira passada (22) |
“Se tivermos energia elétrica capaz de suprir a
nossa demanda, claro que vamos ter condições de manter o preço de 400 reais ou
até vender mais barato do que o valor que a gente vinha mantendo faz cinco
anos. E ainda teremos a possibilidade de aumentar a produção em pelo menos 30
por cento. Ou seja; quando um dia a gente contar com energia elétrica, aí sim, vamos poder aumentar a produção e
reduzir custos”, diz Celso.
Toda a produção da Cerâmica Mota - cerca de 100
milheiros mensais - vinha sendo comercializada no próprio município de Santa
Filomena. São dois fornos, cada um com capacidade para “queimar” 30 mil tijolos.
A Cerâmica Mota possui dois fornos, cada um com capacidade para queimar até 30 mil tijolos furados |
A
última fornada foi “queimada” na terça-feira passada, 22 de maio de 2018.
A
deficiência da Eletrobrás Piauí (CEPISA) em servir o município de Santa
Filomena com energia elétrica, em especial, o Vale do Taquara, levou com que Celso Mota, proprietário da
Cerâmica Mota, tomasse a decisão de fechar a unidade que, devido ao preço do diesel, estava operando no vermelho.
E AGORA? O empresário Celso, que se desfez de bens para comprar a Cerâmica, vai ficar no prejuízo? |
E
agora? O empresário Celso Ferreira Mota, que se desfez de bens patrimoniais para adquirir
o empreendimento, vai ficar no prejuízo?
Assim como Celso Mota, outros proprietários da Fazenda
Recreio investiram na criação de peixes, mas tiveram que parar com a atividade.
Da mesma forma, dezenas de produtores do Vale do Taquara, com terras férteis e
água disponível, não conseguem trabalhar devido à falta de energia elétrica.
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