quinta-feira, 16 de maio de 2013

Bitrens com mais de 100 toneladas de peso já ameaçam vida útil da BR-235

Imagem: José Bonifácio/GP1Carretas retornando para o Ceará(Imagem:José Bonifácio/GP1)Carretas serpenteiam na estrada Gilbués/Santa Filomena, abarrotadas, com mais de 100 toneladas de soja ou calcário

Como centopeias alopradas, os gigantescos caminhões apelidados de Bitrens já serpenteiam ao longo da rodovia BR-235 (estrada Gilbués/Santa Filomena), entre a Serra das Guaribas e  a BR-135 (Monte Alegre/Gilbués), abarrotados de soja, com destino à Bahia e/ou ao Ceará.

Claro que é bonito a gente ver esses gigantes transportando a “riqueza” da região, gerando empregos e todas as polissemias que a palavra desenvolvimento pode nos oferecer. Mas por trás desse progresso, veículos de 9 eixos e 34 pneus estão trafegando com cargas acima do permitido por lei. Assim, vão danificar o asfalto da tão sonhada estrada, ainda em construção.


Imagem: José Bonifácio/GP10(Imagem:José Bonifácio/GP1)Se não for instalada balança de pesagem, em pouco tempo a BR-235 estará danificada, cheia de trilhos e trepidações

As transportadoras carregam os bitrens com 100 e até 120 toneladas, quando é permitido apenas 74 ton por carregamento. Desse jeito, o que era para ser uma estrada de primeira qualidade, em poucos anos poderá se transformar num verdadeiro “caminho de rato”, cheio  de trilhos e trepidações, que resultarão em um treme-treme frenético nos carros de passeio.

Preocupado com essa situação, o agricultor Erno Marcos Scherer, proprietário da Fazenda Jatobá, na Serra das Guaribas (Santa Filomena), informa que flagrou uma carreta com 100 toneladas de carga, transportando calcário do Ceará com destino a uma fazenda da região.


Imagem: ReproduçãoComentário(Imagem:Facebook)Comentário postado pelo agricultor e agrônomo Erno Marcos Scherer, no GP1/Blog do José Bonifácio, via Facebook

Segundo ele, temos que provocar as autoridades ou até mesmo a construtora responsável pela obra, a fim de que seja logo providenciada alguma forma de controle. “Estão transitado com a nota do peso tolerado e escondendo a outra do sobrepeso”, alerta Erno Scherer.

Na verdade, o ideal seria que a Polícia Rodoviária Federal instalasse - e com urgência - um Posto de Fiscalização no encontro da BR-235 com a BR-135, entre as cidades de Gilbués e Monte Alegre. Aliás, de Floriano/PI até Barreiras/BA não existe nenhum Posto de Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal. São 811 quilômetros de rodovia federal, livres de abordagem, onde os abusos acontecem, a qualquer hora do dia ou da noite, e tudo pode acontecer.


Imagem: José Bonifácio/GP1Que tal uma (Imagem:José Bonifácio/GP1)Que tal um um Posto de Fiscalização da PRF aí, no encontro das BR's 135 e 235, inclusive com balança para pesagem?

É interessante que a Justiça Federal determine à União e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) a instalação de pelo menos um posto da PRF nesse percurso, com balança de pesagem de veículos. Que tal ali, no encontro das duas BR’s?

O que é um Bitrem? - É uma combinação de dois semirreboques acoplados entre si através de uma quinta-roda situada na traseira do primeiro semirreboque, tracionados por um cavalo mecânico. Esta conjunção permite, em casos especiais, que o usuário transporte apenas um semirreboque, neste caso, o equipamento perde a característica do Bitrem.


Imagem: ReproduçãoOs bitrens(Imagem:Reprodução)O bitrem é composto por 9 eixos e 34 pneus, com 25 a 30 metros de comprimento, e peso máximo de até 74 toneladas

Os bitrens tradicionais são compostos por sete eixos, sendo o cavalo mecânico do tipo 6X4 ou 6X2 e mais dois semirreboques de dois eixos cada. O limite máximo de PBTC (Peso Bruto Total Combinado) varia de acordo com a legislação de cada país. No Brasil, o limite permitido é de 57 toneladas, com a capacidade de carga útil de 38 a 40 t, dependendo do peso do veículo.

Já os bitrens de nove eixos são obrigatoriamente tracionados por uma unidade tratora do tipo 6X4, e possuem três eixos em cada semirreboque. Aqui no Brasil o PBTC máximo que a atual legislação prevê é 74 toneladas, sendo o comprimento de 25 a 30 metros. 

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