segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A cuíca-de-colete morre pela "preguiça" e pode desaparecer da fauna do Piauí

Cuíca-de-colete, mamífero raro que ainda sobrevive no norte do Piauí
No Brasil existe mais de 44 tipos e espécies e cuícas, um tipo bem pequeno de marsupial, que habita as florestas e matas fechadas em regiões mais quentes. Contudo há uma espécie de cuíca que se encontra em alto nível de extinção, a cuíca-de-colete (Caluromysiops irrupta).

Assim como os demais marsupiais, a cuíca-de-colete possui justamente uma bolsa do lado inferior das costas, permitindo que a fêmea carregue seu filhote nos primeiros meses de vida, até que o mesmo possa se acostumar com o novo habitar, e a nova vida nas matas; daí o nome colete, que designa justamente essa bolsa inferior da cuíca.

A cuíca-de-colete pode morrer pela "preguiça". Com movimentos lentos e passando 70% do seu tempo em descanso, este mamífero tem sido alvo fácil para caças tornando-se uma das espécies ameaçadas de extinção no território brasileiro.

O animal vive no norte dos Estados do Maranhão e Ceará e se alimenta basicamente de frutas. Os machos são negros, com as extremidades dos membros, cauda e parte do dorso em tom ruivo e a lateral com pelos dourados. Já a coloração das fêmeas é, na maioria das vezes, pardo-amarelada, com uma tonalidade olivácea.

É o que explicam os biólogos Marcelo Marcelino de Oliveira e Juliana Gonçalves Ferreira, ambos do Centro de Proteção de Primatas Brasileiros (CPB) que afirmam que em algumas localidades, como na serra da Ibiapaba (CE), parece existir uma caça preferencial por esses animais. No município de Cocal, norte do Piauí, as últimas populações já estão condenadas a desaparecer muito em breve.

A cuíca-de-colete necessita de ações mais efetivas contra sua caça
O que pode ser feito - Oliveira e Juliana salientam a importância da localização e do mapeamento das populações remanescentes da espécie, assim como a avaliação sobre a situação de ameaça em cada localidade. De acordo com eles, a fiscalização contra a caça é a principal estratégia de ação para a maioria das localidades, sobretudo ao longo da serra da Ibiapaba (CE).

Em áreas muito fragmentadas, como as matas remanescentes no vale do rio Longá (PI), a criação de um conjunto de Unidades de Conservação é necessária para uma ação mais efetiva contra a caça, envolvendo principalmente as áreas de mata das fazendas desapropriadas para reforma agrária, tanto pelo governo federal quanto pelo estadual. Pesquisadores afirmam que as populações que habitam a Área de Proteção Ambiental da Foz do Rio Parnaíba (PI) e a Reserva Extrativista da Foz do Rio Parnaíba (MA) já estão protegidas.


Fonte: Terra Brasil

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