segunda-feira, 11 de julho de 2011

Besouro "brocador" está causando a mortandade de coqueiros e outras palmeiras

Aos poucos, os "pés de coco" estão desaparecendo dos quintais
Existe um besouro chamado Broca do Olho do Coqueiro, Broca do Coqueiro ou Bicudo que está atacando os “pés de coco” nos municípios de Santa Filomena (PI) e Alto Parnaíba (MA). Essas coleobrocas são insetos generalistas, podendo atacar inúmeras plantas hospedeiras, sobretudo aquelas pertencentes às famílias Arecáceas (palmeiras como: coqueiro, dendezeiro, açaizeiro, buritizeiros e outros). 

A coleobroca Rhynchophorus palmarum L. constitui uma das principais pragas da cultura do coqueiro Cocos nucifera L. na região Neotropical, onde suas larvas se alimentam dos tecidos internos da coroa das plantas, provocando a morte pelas lesões produzidas. Além de causar danos diretos, o besouro é vetor do nematóide Bursaphelenchus cocophilus(Cobb), agente causal do “anel-vermelho”, que também ocasiona a morte das plantas (Sánchez & Cerda 1993).

Com a praga, tá difícil manter um coqueiro vivo no quintal de casa
Como o Rhynchophorus palmarum L. adquire interna e externamente ao seu corpo, durante a alimentação em plantas infectadas pelo nematóide Bursaphelenchus cocophilus (Cobb) e o transposta para plantas sadias. O nome popular, anel vermelho, decorre de um círculo de coloração avermelhada com 2 a 4 cm de largura que se forma entre 3 e 5 cm da periferia do tronco da planta doente. Esse anel é observado na parte mais alta ou mais baixa do caule, conforme o local do início da infecção.

Essa doença é detectada por sintomas externos, como o amarelamento das folhas basais (da base do coqueiro). O primeiro sintoma que se observa é a ausência de flores e, consequentemente, dos frutos. Em seguida as folhas secam e por fim a copa cai, a partir do palmito, quando um tufo central de folhas verdes seca e se quebra. Num corte transversal na base do caule, pode ser observada a presença de um anel vermelho.

Na captura do Besouro se usa feromônio e/ou iscas vegetais
Quando começa pelas raízes, a doença se desenvolve de baixo para cima. No entanto, quando a causa é a transmissão do nematóide de uma planta a outra sadia pela coleobroca Rhynchophorus palmarum, o anel vermelho é observado nas partes mais altas, sempre em plantas adultas, com o caule ou tronco (estipe) já formado.

Nas plantas afetadas, os sintomas do anel vermelho variam conforme as condições ambientais, idade e variedade. De início, eles costumam se manifestar na ponta das folhas que vão adquirindo a coloração amarelo-ouro, ficando necrosadas até se quebrarem no ponto de ligação com o estipe. Na fase mais aguda da sua incidência, toda a copa adquire uma coloração amarelo-ouro, as folhas centrais se quebram e a planta seca e morre.  

Em buritis Mauritia flexuosa L. são raros os relatos. No entanto, é necessário que sejam feitos novos levantamentos bibliográficos para verificar tal fenômeno. Como temos poucos produtores de palmeira e, na maioria cultivam palmeiras de maior importância econômica como coqueiro e palmeiras ornamentais, as outras palmeiras recebem uma menor atenção e por isso temos um menor conhecimento sobre tais culturas. 

Adiel: "Todo estudo no meio científico é muito importante"
Segundo Adiel Sousa Silva, estudante de agronomia na Universidade Federal Rural de Pernambuco, as coleobrocas são relatadas em babaçu (Attalea speciosa), pupunha (Bactris gasipaes), Coqueiro (Cocos nucifera), Carnaúba (Copemicia prunifera), Dendezeiro (Elaesis guianensis), Palmiteiro (Euterpe edulis), açaizeiro (Euterpe oleracea) e ornamentais.  

Logo, todo e qualquer estudo ou informações que venham a ser divulgadas no meio científico é de grande importância para o conhecimento do potenciais desses insetos em causar perdas e também de sobreviver em diferentes plantas, o que dificulta seu controle.

E para comprovar o ataque das coleobrocas nos buritizeiros o ideal é acomodar armadilhas de monitoramento especificas para a Rhynchophorus palmarum, que também são utilizadas na cultura do coco e dendê.

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